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PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010
Partido deve seguir a lei, não intimidar, diz procurador-geral
Presidente do PT chegou a afirmar que estudava ação contra a vice-procuradora eleitoral por críticas a Lula
Elogios do presidente a Dilma em evento oficial levaram Cureau a abrir processo por suspeita de uso da máquina pública
FELIPE SELIGMAN
DE BRASÍLIA
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, saiu
em defesa de Sandra Cureau,
sua vice para as questões
eleitorais, ao dizer que um
partido político não deve,
"de forma equivocada", intimidar a atuação "legítima"
do Ministério Público.
O presidente do PT, José
Eduardo Dutra, chegou a dizer durante o fim de semana
que estudava entrar com
uma representação no CNMP
(Conselho Nacional do Ministério Público) contra Cureau, por críticas que ela fez à
posição do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva na campanha presidencial.
Ontem, no entanto, Dutra
afirmou que ainda que não
há definição se haverá ou
não a ação contra a vice-procuradora eleitoral.
Gurgel afirmou ontem, por
meio de sua assessoria de imprensa, que "o Ministério Público tem exercido corretamente suas funções eleitorais, atuando adequadamente para o fiel cumprimento da
Lei Eleitoral".
"É lamentável que qualquer partido político, que deveria estar preocupado em
cumprir a lei, tente de forma
equivocada intimidar a atuação legitima da instituição."
USO DA MÁQUINA
Na semana passada, Sandra Cureau abriu processo
administrativo para investigar o uso da máquina pelo
presidente Lula em favor da
candidata petista à Presidência, Dilma Rousseff.
No lançamento de edital
do trem-bala, evento público
ocorrido no CCBB (Centro
Cultural Banco do Brasil), o
presidente atribuiu a Dilma
os méritos do projeto, listado
como uma das maiores obras
do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
No dia seguinte, Lula se
desculpou, mas voltou a elogiar a candidata de seu partido. No evento em que participou com Dilma, no Rio, ele se
referiu a Cureau como uma
"procuradora qualquer".
Dois dias depois do evento
do trem-bala, Cureau afirmou que a atitude do presidente configurava abuso de
poder político e econômico e
que elogiar Dilma em eventos oficiais poderia até gerar
a cassação do registro da
candidata petista.
Ela fez a ressalva de que
avaliava o caso com base em
reportagens publicadas em
jornais, mas requisitou os vídeos do evento -peças fundamentais para abertura de
uma ação de investigação
contra Lula e Dilma.
Gurgel também disse ontem que o Ministério Público
vai atuar "com firmeza" durante toda a campanha para
as eleições deste ano.
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