São Paulo, terça-feira, 20 de julho de 2010

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PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010

Partido deve seguir a lei, não intimidar, diz procurador-geral

Presidente do PT chegou a afirmar que estudava ação contra a vice-procuradora eleitoral por críticas a Lula

Elogios do presidente a Dilma em evento oficial levaram Cureau a abrir processo por suspeita de uso da máquina pública


FELIPE SELIGMAN
DE BRASÍLIA

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, saiu em defesa de Sandra Cureau, sua vice para as questões eleitorais, ao dizer que um partido político não deve, "de forma equivocada", intimidar a atuação "legítima" do Ministério Público.
O presidente do PT, José Eduardo Dutra, chegou a dizer durante o fim de semana que estudava entrar com uma representação no CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) contra Cureau, por críticas que ela fez à posição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha presidencial.
Ontem, no entanto, Dutra afirmou que ainda que não há definição se haverá ou não a ação contra a vice-procuradora eleitoral.
Gurgel afirmou ontem, por meio de sua assessoria de imprensa, que "o Ministério Público tem exercido corretamente suas funções eleitorais, atuando adequadamente para o fiel cumprimento da Lei Eleitoral".
"É lamentável que qualquer partido político, que deveria estar preocupado em cumprir a lei, tente de forma equivocada intimidar a atuação legitima da instituição."

USO DA MÁQUINA
Na semana passada, Sandra Cureau abriu processo administrativo para investigar o uso da máquina pelo presidente Lula em favor da candidata petista à Presidência, Dilma Rousseff.
No lançamento de edital do trem-bala, evento público ocorrido no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), o presidente atribuiu a Dilma os méritos do projeto, listado como uma das maiores obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
No dia seguinte, Lula se desculpou, mas voltou a elogiar a candidata de seu partido. No evento em que participou com Dilma, no Rio, ele se referiu a Cureau como uma "procuradora qualquer".
Dois dias depois do evento do trem-bala, Cureau afirmou que a atitude do presidente configurava abuso de poder político e econômico e que elogiar Dilma em eventos oficiais poderia até gerar a cassação do registro da candidata petista.
Ela fez a ressalva de que avaliava o caso com base em reportagens publicadas em jornais, mas requisitou os vídeos do evento -peças fundamentais para abertura de uma ação de investigação contra Lula e Dilma.
Gurgel também disse ontem que o Ministério Público vai atuar "com firmeza" durante toda a campanha para as eleições deste ano.


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