São Paulo, quarta-feira, 20 de julho de 2011

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FOCO

Servidores dos Transportes comparam demissões a "paredões" do "Big Brother"

CAROLINA SARRES
DE BRASÍLIA

Funcionários do Ministério dos Transportes estão comparando a crise na pasta com o reality show da TV Globo "Big Brother Brasil". Ontem foram seis "eliminados" e já há outros nomes escolhidos para o "paredão".
A cada dois dias, em média, acontece um "paredão" e um funcionário deixa o cargo. Já foram 12 demissões.
Ontem, o ministério viveu um "paredão sêxtuplo", segundo descrição que a Folha ouviu de dois servidores: seis pessoas do ministério e do Dnit foram exoneradas.
Nem o "líder", o ministro Paulo Sérgio Passos, parece ter imunidade. Ele tem a incumbência de escolher os "eliminados", mas só o faz em comum acordo com a presidente Dilma, que tem o papel que cabe ao público no programa: a eliminação.
As comparações com o BBB surgiram entre os funcionários do ministério desde o início da crise. O diretor-geral do Dnit, Luiz Antonio Pagot, sempre foi considerado o participante mais "rebelde" da turma.
Quando estourou a crise, Dilma o mandou para o "paredão". Pagot disse que não saía. Como entrou em férias e não podia ser eliminado, foi colocado na "casa de vidro" -isolamento para o qual alguns eliminados vão, ainda com a chance de voltar- para testar até quando ele aguentará. O governo quer que ele peça para sair.
Dos possíveis indicados à sucessão de Pagot, metade já foi "eliminada": o diretor-executivo José Henrique Sadok de Sá, o diretor de Administração e Finanças, Heraldo Consentino, e o diretor de Estrutura Aquaviária, Herbert Drummond.
Os funcionários comentavam ontem que entre os diretores que não conhecem o "paredão" só sobraram Jony Valle, de Planejamento e Pesquisa e interino de Finanças, e Geraldo Lourenço, de Estrutura Ferroviária.
Com o objetivo de mitigar a crise, a presidente Dilma mudou as regras do jogo.
O novo diretor-geral do Dnit poderá ser indicado por Passos para ocupar o cargo interinamente sem o aval do Congresso.


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