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ANJ terá órgão de autorregulamentação
Entidade anuncia formação de conselho como forma de reiterar compromisso dos jornais com liberdade de expressão
Grupo, a ser oficializado
nos próximos meses,
terá sete membros e
julgará casos que sejam
a ele submetidos
Rafael Andrade/Folhapress
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A presidente da ANJ, Judith Brito, faz discurso no evento
DO RIO
A ANJ (Associação Nacional de Jornais) anunciou ontem a criação de um conselho
de autorregulamentação como forma de reiterar o compromisso da entidade com a
liberdade de expressão e com
a responsabilidade editorial.
O anúncio foi feito na abertura do 8º Congresso Brasileiro
de Jornais, que termina hoje,
no Windsor Barra Hotel, na
zona oeste do Rio.
"Definimos conceitos básicos para o estabelecimento
de um conselho de autorregulamentação, composto
por sete membros, que julgará casos a ele submetidos",
disse a presidente da ANJ, Judith Brito, diretora-superintendente do Grupo Folha.
"Nos próximos meses,
nosso compromisso é o de
detalhar o regulamento e os
procedimentos para que este
conselho seja designado e
comece a atuar", afirmou.
Judith Brito acredita que
até o final do ano o novo conselho esteja em funcionamento. Outros setores contam com entidades semelhantes. A publicidade brasileira, por exemplo, é autorregulada pelo Conar (Conselho
de Autorregulamentação Publicitária), entidade não-governamental criada em 1978.
"Sabemos que muitos jornais já têm seus códigos de
ética. A própria ANJ tem seu
código. Agora, trata-se de
avançar num modelo que
permita debater e avaliar
nossos erros, de forma transparente", disse.
Em discurso, a presidente
da ANJ lembrou a "decisão
histórica" do Supremo Tribunal Federal de, em abril de
2009, acabar com a Lei de Imprensa, definida por ela como "legislação antidemocrática com o objetivo de limitar
a circulação de informações
e opiniões, impondo um ambiente obscurantista para a
sociedade".
"Os jornais não querem se
isentar da responsabilidade
que obviamente têm em suas
funções de informar. Em nenhum momento propusemos
impunidade, mas apenas
nos defendemos contra a intolerável censura prévia",
declarou Judith Brito.
A presidente da ANJ afirmou que a entidade é parceira das escolas de jornalismo,
incentivando-as a serem
"modelo de qualidade na formação humanística", e disse
que as empresas só têm a ganhar com profissionais
oriundos das boas escolas.
Mas a obrigatoriedade do
diploma para o exercício da
profissão de jornalista, exigência também derrubada
pelo STF, era um "claro embaraço à liberdade de expressão e era natural sua revogação", afirmou.
PUBLICIDADE
Alguns dos debates do
congresso discutiram o caminho da publicidade em jornais. A conclusão é que a publicidade em jornais impressos continuará prevalecendo
e há espaço para seu crescimento, mas as empresas que
produzem conteúdo jornalístico precisam buscar modelos de negócios que viabilizem suas operações em novas mídias digitais.
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