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Governador do Amapá deixa prisão e deve reassumir hoje
Dos 18 detidos por suspeita de corrupção no Estado, dois continuam presos
Pedro Paulo Dias deve ser recebido com festa; foram liberados ainda o ex-governador Góes
e ex-primeira-dama
JOÃO CARLOS MAGALHÃES
DE BELÉM
Depois de passar nove dias
preso, Pedro Paulo Dias (PP),
governador do Amapá, deve
voltar ao cargo ainda hoje.
Detido na Operação Mãos
Limpas, no último dia 10, sob
a suspeita de envolvimento
em diversos episódios de corrupção no Estado, ele foi liberado da superintendência da
Polícia Federal em Brasília
na noite de sábado.
Segundo sua advogada,
Patrícia Aguiar, logo ao sair
ele se encontrou com a família, que estava em Brasília, e
deveria retornar na madrugada de hoje a Macapá (AP).
Ao chegar, Dias, que também é candidato à reeleição,
deve ser recepcionado com
festa por seus cabos eleitorais na cidade.
Durante o tempo em que
ele esteve preso, sua campanha em Macapá continuou,
com comícios e manifestações de repúdio à prisão.
Seus apoiadores dizem que a
detenção foi uma maneira de
prejudicar a candidatura.
Segundo a assessoria do
Tribunal de Justiça, antes da
prevista volta de Dias ao poder hoje, deve ocorrer uma
reunião com o governador
em exercício, Dôglas Evangelista, presidente do TJ-AP.
Ele assumiu a função pois
Jorge Amanajás (PSDB), presidente da Assembleia Legislativa, também é candidato
-disputa o governo.
Em sua curta gestão, o desembargador Evangelista
suspendeu todos os pagamento estaduais, substituiu
secretários que também foram alvos da operação e
criou uma pasta temporária,
que deve durar até o final do
ano e irá fiscalizar como o governo realiza gastos.
Mas o próprio desembargador e outros dois colegas
de TJ foram citados em interceptações telefônicas gravadas, como a Folha revelou
ontem. Por enquanto, eles
não são tratados como alvos
pelos policiais federais.
EX-GOVERNADOR
Além do governador, outros três presos na operação
foram libertados na noite de
anteontem. Inicialmente, 18
pessoas -políticos, funcionários públicos e empresários- haviam sido detidos.
Entre os libertados no final
de semana estão Waldez
Góes (PDT), que cedeu o governo a Dias neste ano para
concorrer ao Senado, e sua
mulher, Marília, ex-primeira-dama e também apontada
como envolvida nas supostas negociatas.
Continuam presos o presidente do Tribunal de Contas
do Estado, Júlio de Miranda,
e o secretário da Segurança
Pública e delegado da Polícia
Federal, Aldo Ferreira. Segundo a PF, eles estavam
ameaçando testemunhas.
O governador e a família
do ex-governador afirmam
ser inocentes. A Folha tentou, mas ainda não conseguiu ouvir os defensores de
Miranda e Ferreira.
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