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Diretor de Operações dos Correios se demite
Coronel foi acusado de ser testa de ferro de argentinos em empresa de transporte aéreo
DE BRASÍLIA
O coronel Eduardo Artur
Rodrigues Silva vai apresentar sua carta de demissão do
cargo de diretor de Operações dos Correios hoje.
Ele era ligado à empresa
MTA (Master Top Linhas Aéreas), pivô da crise que derrubou a ex-ministra Erenice
Guerra, e estaria atuando para transformar a companhia
aérea na empresa de carga
oficial dos Correios após as
eleições.
Silva seria testa de ferro do
empresário argentino Alfonso Rey, dono da MTA, conforme publicou ontem o jornal
"O Estado de S. Paulo".
"Peço demissão porque
não aguento mais tanta pressão, tanta mentira. Tudo isso
está destruindo minha vida e
minha família", disse ele.
A crise que eclodiu na Casa
Civil teve início com uma negociação entre a MTA e os
Correios para a compra da
empresa aérea pela estatal.
Isso seria possível com a
edição de uma medida provisória que transformaria os
Correios em uma sociedade
anônima. Assim, poderia ter
participação acionária em
outras companhias ou criar a
sua própria transportadora
aérea de cargas.
A minuta da medida provisória ficou pronta, mas o governo desistiu de enviar a
proposta ao Congresso.
O coronel, conhecido como "Quaquá", teria se envolvido pessoalmente no esquema montado para viabilizar a
MTA no Brasil.
Alfonso Rey seria o controlador da MTA, por meio da
americana Centurion.
Como a legislação brasileira permite a participação estrangeira de no máximo 20%
no capital de empresas aéreas, uma rede de empresas
de fachada espalhadas pelo
Uruguai, pelos Estados Unidos e pelo Brasil teria sido
montada para encobrir a
Centurion na MTA.
Não é a primeira vez que o
coronel participa das negociações de venda de uma empresa aérea aos Correios.
Em 2008 ele havia participado da tentativa de venda
da Variglog à estatal. Ele é ex-dono da Martel Assessoria e
Consultoria Aeronáutica
-que hoje está no nome dos
seus ex-sogros.
A Martel foi contratada em
2008 para administrar a Variglog, quando houve a liquidação judicial da Varig e a
venda de sua então subsidiária de cargas para o fundo
americano Matlin Patterson.
Na mesma época, o ex-presidente dos Correios Carlos
Henrique Custódio e o então
ministro das Comunicações,
Hélio Costa, deram declarações de que a estatal estaria
negociando a compra da Variglog. O fundo negou interesse em vender a empresa.
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