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OUTRO LADO
Emissora diz que faz registro histórico
Empresa pública afirma
que imagens podem ser
cedidas a partidos, mas
Presidência diz que são
para seu uso exclusivo
DE BRASÍLIA
A direção da NBR e a a Secretaria de Comunicação da
Presidência dizem que as
imagens produzidas pelos cinegrafistas durante comícios
de Dilma Rousseff são para
registro histórico do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas se contradisseram
quanto ao uso das imagens.
A estatal confirmou que o
material está sendo gravado
pelos funcionários para "documentação da Presidência
da República e também para
serem requisitadas por partidos ou candidatos ao acervo
da empresa".
Já a Presidência diz que o
material não pode ser cedido.
A estatal orientou seus servidores a captar todas as imagens públicas de Lula a partir
do dia 7 de maio para cumprir contrato com a Secretaria de Comunicação da Presidência da República.
Segundo a direção da empresa, como as imagens não
se destinam à veiculação, foi
recomendado aos cinegrafistas que não usassem a canopla de identificação da NBR.
"Se o material é para arquivo e para a história, a presença da canopla poderia sugerir, no futuro, que tais imagens foram transmitidas pelo
canal estatal. Por isso, foi recomendada a exclusão da canopla de microfone com a logomarca do canal e recomendada a gravação integral das
aparições do presidente, para registro histórico e uso
posterior da Secom/Presidência da República", diz nota da empresa.
A nota diz que a estatal
"repudia qualquer intenção
de associar o registro das
aparições públicas do presidente, realizado em cumprimento de contrato para o
qual é remunerada, à campanha de qualquer candidato
ou candidata".
Mas, em seguida, afirma
que norma de conduta para a
eleição aprovada pelo Conselho de Administração da EBC
"admite que qualquer partido ou candidato, se interessado, requisite imagens do
acervo da EBC, desde que o
faça por escrito e com sete
dias de antecedência".
Segundo a NBR, até sexta-feira não havia nenhum pedido de uso das imagens.
A emissora confirma ainda
que afixou cartaz nas dependências da TV NBR com as
orientações aos cinegrafistas
e auxiliares e também que
advertiu por escrito um funcionário que se recusou a
gravar evento de campanha
(leia texto nesta página).
O secretário de Imprensa
da Presidência, Nelson Breve, disse que o contrato com
a NBR prevê gravação da íntegra dos discursos e entrevistas do presidente, inclusive em atos de campanha.
Segundo ele, o material
serve para "registro histórico" e como proteção para a
assessoria no caso de precisar prestar esclarecimentos à
Justiça sobre falas de Lula.
Breve afirmou que a estatal foi contratada e que, portanto, os funcionários não
precisariam retirar o logotipo
do equipamento, ao contrário do que ocorre. Disse também que o material não pode
ser cedido a partidos ou candidatos porque seriam de uso
exclusivo da Presidência.
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