São Paulo, segunda-feira, 20 de setembro de 2010

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Diretor de Operações dos Correios se demite

Coronel foi acusado de ser testa de ferro de argentinos em empresa de transporte aéreo

DE BRASÍLIA

O coronel Eduardo Artur Rodrigues Silva vai apresentar sua carta de demissão do cargo de diretor de Operações dos Correios hoje.
Ele era ligado à empresa MTA (Master Top Linhas Aéreas), pivô da crise que derrubou a ex-ministra Erenice Guerra, e estaria atuando para transformar a companhia aérea na empresa de carga oficial dos Correios após as eleições.
Silva seria testa de ferro do empresário argentino Alfonso Rey, dono da MTA, conforme publicou ontem o jornal "O Estado de S. Paulo".
"Peço demissão porque não aguento mais tanta pressão, tanta mentira. Tudo isso está destruindo minha vida e minha família", disse ele.
A crise que eclodiu na Casa Civil teve início com uma negociação entre a MTA e os Correios para a compra da empresa aérea pela estatal.
Isso seria possível com a edição de uma medida provisória que transformaria os Correios em uma sociedade anônima. Assim, poderia ter participação acionária em outras companhias ou criar a sua própria transportadora aérea de cargas.
A minuta da medida provisória ficou pronta, mas o governo desistiu de enviar a proposta ao Congresso.
O coronel, conhecido como "Quaquá", teria se envolvido pessoalmente no esquema montado para viabilizar a MTA no Brasil.
Alfonso Rey seria o controlador da MTA, por meio da americana Centurion.
Como a legislação brasileira permite a participação estrangeira de no máximo 20% no capital de empresas aéreas, uma rede de empresas de fachada espalhadas pelo Uruguai, pelos Estados Unidos e pelo Brasil teria sido montada para encobrir a Centurion na MTA.
Não é a primeira vez que o coronel participa das negociações de venda de uma empresa aérea aos Correios.
Em 2008 ele havia participado da tentativa de venda da Variglog à estatal. Ele é ex-dono da Martel Assessoria e Consultoria Aeronáutica -que hoje está no nome dos seus ex-sogros.
A Martel foi contratada em 2008 para administrar a Variglog, quando houve a liquidação judicial da Varig e a venda de sua então subsidiária de cargas para o fundo americano Matlin Patterson.
Na mesma época, o ex-presidente dos Correios Carlos Henrique Custódio e o então ministro das Comunicações, Hélio Costa, deram declarações de que a estatal estaria negociando a compra da Variglog. O fundo negou interesse em vender a empresa.


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