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Dilma assinou duas nomeações de novo investigado para postos no governo
DE BRASÍLIA
Suspeito de ter participado
do lobby na Casa Civil, o assessor Gabriel Laender foi beneficiado diretamente pela
então ministra Dilma Rousseff para conseguir um cargo
dentro do governo.
Laender é procurador no
Espírito Santo e atuou como
advogado da Unicel, empresa na qual o marido de Erenice Guerra era diretor.
Erenice, que era braço direito de Dilma e assumiu seu
lugar, deixou o comando da
Casa Civil após as acusações
de lobby na pasta envolvendo a empresa de seus filhos.
Gabriel Laender foi convidado para trabalhar no governo em 11 de fevereiro de
2009, em ofício assinado por
Dilma. No pedido enviado à
Procuradoria, a então ministra pede que "seja examinada a possibilidade de colocar
Laender à disposição da Presidência da República".
No ofício, informa-se que
ele receberá comissão de R$
6.843,76, uma das mais altas
dentro da burocracia estatal,
"sem prejuízo da remuneração e das vantagens" do cargo de procurador, cujo salário é de R$ 11.049.
Em 20 de março de 2009,
Laender assumiu cargo na
SAE (Secretaria de Assuntos
Estratégicos), vinculada à
Presidência. Foi do computador de Laender que partiram
os acessos suspeitos com a
senha de Vinícius Castro, ex-assessor da Casa Civil que era
sócio na empresa de lobby
dos filhos de Erenice.
A Folha apurou que depois dos acessos suspeitos,
que aconteceram em outubro de 2009, Laender passou
a trabalhar informalmente
na Casa Civil. Continuava como servidor da SAE, mas dava expediente na Casa Civil.
Dilma, então, intercedeu
mais uma vez. Conseguiu tirar Laender da SAE para levá-lo para a secretaria-executiva da Casa Civil, sob o comando direto de Erenice. Um
cargo foi criado só para ele.
Foi Dilma quem assinou
decreto em 13 de janeiro de
2010 que fez uma triangulação dentro do governo: transferiu um cargo da SAE para o
Ministério do Planejamento,
e o ministério transferiu esse
cargo para a Casa Civil.
Uma semana depois,
Laender foi realocado da SAE
para a Casa Civil, passando,
então, a trabalhar lado a lado
com Vinícius Castro.
A Folha apurou que Erenice dizia com frequência que
Laender era um "homem dela" no governo. A nomeação
do procurador foi assinada
por Erenice, então secretária-executiva da Casal Civil.
O procurador Gabriel
Laender é o único nome ligado à família de Erenice que
sobreviveu na Casa Civil
após o escândalo.
Atualmente, é um dos
coordenadores do plano de
banda larga. A Folha apurou
que ele foi preservado porque só pesava contra ele o fato de ter advogado para o marido de Erenice.
(FC e AM)
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