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Campanha de Serra vê perda de fôlego e traça mudanças
Temas como aborto e questões religiosas são escanteados pelo candidato
Ontem, Sérgio Guerra deu entrevista para criticar Vox Populi, que mostra ampliação da vantagem de Dilma
DE SÃO PAULO
O comando da campanha
de José Serra (PSDB) avalia
que houve uma perda de fôlego nos últimos dias e estuda como manter a candidatura em ascensão.
Um reflexo disso foi o
abandono do tema do aborto
e de questões religiosas pelo
tucano, que, ainda no fim do
primeiro turno, identificou o
assunto como calcanhar de
Aquiles da campanha de Dilma Rousseff (PT) e como fator que contribuiu para sua
chegada ao segundo turno.
O tema, contudo, já começa a ser visto com potencial
negativo pelo PSDB, especialmente depois que a mulher de Serra, Monica, acabou incluída involuntariamente no noticiário, após o
relato, feito por uma ex-aluna sua, de que ela havia feito
um aborto no exílio no Chile.
No último debate, na RedeTV!, o tema foi escanteado
pelos dois lados e deixou de
aparecer no programa de TV.
PESQUISA
Ontem, o partido demonstrou publicamente uma contrariedade em grau ainda
não manifestado em relação
a uma pesquisa do Vox Populi que apontou crescimento da vantagem de Dilma
Rousseff (PT) sobre o tucano,
após uma onda positiva para
Serra desde o primeiro turno.
A pesquisa deu início a um
procedimento raro na campanha de Serra. O presidente
do PSDB e coordenador da
campanha, Sérgio Guerra,
decidiu conceder entrevista
coletiva com o objetivo de
desqualificar o instituto e os
números da pesquisa, que
apontam ampliação da vantagem de Dilma sobre Serra.
Guerra fez um pronunciamento de nove minutos recheado de duros ataques ao
instituto. Apesar das críticas,
ele não anunciou nenhuma
medida judicial em relação à
pesquisa ou ao instituto.
Ao fim do prounciamento,
não concedeu entrevista, como previsto inicialmente
(leia mais nesta página).
Um tucano também afirmou ontem que a expectativa
do partido é que a próxima
pesquisa Ibope, que deve ser
divulgada hoje, também
aponte um crescimento de
Dilma, interrompendo a trajetória ascendente de Serra.
No quesito escândalos, o
caso do ex-diretor de engenharia da estatal Dersa, Paulo Vieira de Souza, o Paulo
Preto, responsável pelas
principais obras viárias do
governo Serra em São Paulo
e que teria "fugido" com R$ 4
milhões destinados à campanha tucana, assumiu, para o
PT, o papel que o caso Erenice Guerra teve para os tucanos no primeiro turno.
Exemplo disso é que, agora, sempre que questionada
sobre o suposto envolvimento de sua ex-braço direito em
tráfico de influência na Casa
Civil, Dilma passa a usar o caso Paulo Preto como uma espécie de contraponto.
Ontem Serra obteve no
TSE direito de resposta no
programa da petista Dilma
Rousseff no rádio e na TV. A
maioria dos ministros do tribunal considerou que a campanha petista errou ao dizer
que Serra participou da privatização de 31 empresas
quando governou o Estado
de São Paulo. Segundo a defesa do tucano, foram apenas
nove empresas privatizadas.
Serra terá direito de usar,
como resposta, dois minutos
no programa de Dilma na TV
e um minuto no rádio.
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