São Paulo, quarta-feira, 20 de outubro de 2010

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NELSON DE SÁ - nelsonsa@uol.com.br

E o real cai

Na manchete do Valor Online no fim do dia, "Dólar sobe, refletindo cena externa e alta do Imposto sobre Operações Financeiras". E da Reuters Brasil, "Juro na China turbina reação a IOF e dólar sobe".
A elevação do juro chinês foi manchete on-line do "China Daily" e de outros a partir da tarde. Antes, "Wall Street Journal" e agências já destacavam a alta "brusca" do dólar no Brasil, creditando à decisão do ministro Guido Mantega de elevar o IOF.
Além de China e IOF, MarketWatch e outros sites ressaltaram, para a recuperação do dólar, a promessa do secretário Timothy Geithner de não desvalorizar a moeda americana, contradizendo o Fed.

Forte demais O "WSJ" deu em reportagem que "o governo brasileiro enviou um sinal forte" com a elevação do IOF, "talvez forte demais, dizem alguns", citando economistas de bancos e corretoras. Em coluna de mercado, avaliou que o "Brasil flerta com o perigo".

Em bloco O mesmo "WSJ" noticiou que a "preocupação diante da notícia de que o Brasil aumentou" o IOF levou ontem à queda do won, a moeda sul-coreana. Segundo o "Financial Times", o país também "planeja controles de capital". E não está sozinho. Segundo o "WSJ", a África do Sul ameaça seguir o exemplo do Brasil.

Não é bilateral O noticiário sobre a "guerra cambial" já escapa da cobertura financeira e avança pelo "New York Times", que sublinhou ontem a ameaça que o "fluxo de dinheiro" representa para os emergentes. "Não é mais um debate bilateral entre EUA e China", falou ao jornal um economista asiático do HSBC.

"Guerre" Também o francês "Le Monde" destacou que "Os países emergentes tentam lutar contra o afluxo maciço de capitais", principalmente na Ásia e na América do Sul, apontando que a expressão "guerre des monnaies" foi lançada pelo brasileiro Mantega.

//"GIVE PEACE A CHANCE"

Sob o enunciado "Dê uma chance à paz", o "WSJ" postou artigo de Katie Martin, esperançosa de que EUA e China cheguem a um acordo cambial no G20, em novembro na Coreia do Sul. Ela lamenta que o Brasil tenha desistido de comparecer com Guido Mantega e Henrique Meirelles.
Na "Foreign Policy", Daniel W. Drezner também lamentou, mas avisando que não é "hipocrisia de Mantega", desistir do G20, "e sim algo pior: a avaliação, pelos comandantes da política do Brasil, de que ganham mais ficando em Brasília para conter a onda de capitais do que indo a Seul buscar uma saída multilateral para a atual falta de coordenação macroeconômica".
E no "FT" Michael Hudson alertou para o risco de uma "era dos controles de capital" e, pior: "A ameaça real é um mundo dividido em dois blocos concorrentes, um centrado no dólar, outro nos Brics Brasil, Rússia, Índia e China".

"Quando o ministro da Fazenda do Brasil falou de uma guerra cambial iminente não estava muito distante da realidade."
GEORGE SOROS
investidor, ontem em artigo sobre as ameaças à economia, na nova edição do "New York Review of Books"

//O AUSTERO E A FAVORITA

O "FT", na coluna Lex, postou que o Brasil tem "alternativa" contra a alta no câmbio: o corte de gastos, "que está sendo defendido pelo candidato de direita, José Serra". Suas chances, antes "desprezíveis, agora são somente pequenas", ainda que graças "mais ao aborto que ao orçamento". De todo modo, os eleitores, "se se acharem prontos", podem escolher "um governo mais austero".
Já a "Foreign Policy", em post do grupo Eurasia, consultoria de estratégia para multinacionais, avisa que Dilma "permanece a clara favorita" e "é muito improvável" que Serra consiga tirar os votos necessários da própria adversária.

washingtonpost.com
AO FUTURO
O "Washington Post" entrevistou Oscar Niemeyer, sob o enunciado "Aos 102, o mais notável arquiteto brasileiro celebra as conquistas passadas e olha para o futuro". Ele apontou o Congresso como sua obra preferida em Brasília



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