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PT critica tom "conservador incrustado" em mídia
Resolução do partido diz ser preciso democratizar comunicação no país
Proposta petista afirma, porém, que discussões devem levar em conta o respeito à liberdade de imprensa e expressão
DE BRASÍLIA
Em resolução aprovada
ontem em reunião do Diretório Nacional, o PT voltou a
criticar a mídia afirmando ser
preciso debater o "conservadorismo que se incrustou em
setores da sociedade e dos
meios de comunicação".
No segundo turno das eleições, questões como a descriminalização do aborto e a
união estável entre homossexuais deram um tom conservador ao debate entre os então candidatos Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB).
O documento aprovado
ontem aponta que é urgente
a necessidade de uma reforma política e a democratização da comunicação no país.
Parte do texto ameniza os
ataques ao estabelecer que
as discussões precisam ser
realizadas em um ambiente
que respeite a liberdade de
imprensa e de expressão.
"No plano interno, está colocada a urgência da reforma
político-institucional e da democratização da comunicação", afirma a resolução.
Na avaliação do partido,
as duas medidas "são importantes para superar o descrédito de amplos setores de
nossa sociedade para com
partidos e instituições".
A proposta do PT reforça o
conteúdo de um projeto defendido pelo ministro Franklin Martins que estabeleceria novas regras para o setor
de mídia digital no país.
A ideia é criar uma agência
para controlar o conteúdo divulgado por meios de comunicação digital, proposta criticada pela ANJ (Associação
Nacional de Jornais) e pela
Abert (Associação Brasileira
das Emissoras de Rádio e Televisão).
Ao longo da campanha,
Dilma foi cobrada pelo texto
aprovado no Congresso do
partido, em fevereiro, e que
propunha o controle social
da mídia. Em seu discurso da
vitória, ela disse que vai zelar
pela ampla e irrestrita liberdade de imprensa.
A democratização da comunicação é vista no documento do PT como um dos
grandes desafios do país, outros são a eliminação da pobreza e "as incertezas econômicas internacionais" como
a guerra cambial.
ESTATUTO
O partido formou uma comissão, coordenada pelo deputado Ricardo Berzoini para
estabelecer um calendário de
discussões para um novo estatuto até a realização de nova convenção, em 2010.
Um outro grupo, coordenado pelo presidente do PT,
José Eduardo Dutra, centralizará as demandas das tendências internas do partido
nos Estados e seus diversos
setores no novo governo.
Segundo Dutra, as demandas não são só para ocupar
ministérios, mas inclui outros cargos federais -processo que se estenderá ao longo
dos próximos meses.
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