São Paulo, sábado, 20 de novembro de 2010

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PT critica tom "conservador incrustado" em mídia

Resolução do partido diz ser preciso democratizar comunicação no país

Proposta petista afirma, porém, que discussões devem levar em conta o respeito à liberdade de imprensa e expressão

DE BRASÍLIA

Em resolução aprovada ontem em reunião do Diretório Nacional, o PT voltou a criticar a mídia afirmando ser preciso debater o "conservadorismo que se incrustou em setores da sociedade e dos meios de comunicação".
No segundo turno das eleições, questões como a descriminalização do aborto e a união estável entre homossexuais deram um tom conservador ao debate entre os então candidatos Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB).
O documento aprovado ontem aponta que é urgente a necessidade de uma reforma política e a democratização da comunicação no país.
Parte do texto ameniza os ataques ao estabelecer que as discussões precisam ser realizadas em um ambiente que respeite a liberdade de imprensa e de expressão.
"No plano interno, está colocada a urgência da reforma político-institucional e da democratização da comunicação", afirma a resolução.
Na avaliação do partido, as duas medidas "são importantes para superar o descrédito de amplos setores de nossa sociedade para com partidos e instituições".
A proposta do PT reforça o conteúdo de um projeto defendido pelo ministro Franklin Martins que estabeleceria novas regras para o setor de mídia digital no país.
A ideia é criar uma agência para controlar o conteúdo divulgado por meios de comunicação digital, proposta criticada pela ANJ (Associação Nacional de Jornais) e pela Abert (Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão).
Ao longo da campanha, Dilma foi cobrada pelo texto aprovado no Congresso do partido, em fevereiro, e que propunha o controle social da mídia. Em seu discurso da vitória, ela disse que vai zelar pela ampla e irrestrita liberdade de imprensa.
A democratização da comunicação é vista no documento do PT como um dos grandes desafios do país, outros são a eliminação da pobreza e "as incertezas econômicas internacionais" como a guerra cambial.

ESTATUTO
O partido formou uma comissão, coordenada pelo deputado Ricardo Berzoini para estabelecer um calendário de discussões para um novo estatuto até a realização de nova convenção, em 2010.
Um outro grupo, coordenado pelo presidente do PT, José Eduardo Dutra, centralizará as demandas das tendências internas do partido nos Estados e seus diversos setores no novo governo.
Segundo Dutra, as demandas não são só para ocupar ministérios, mas inclui outros cargos federais -processo que se estenderá ao longo dos próximos meses.


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