São Paulo, segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

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TODA MÍDIA

NELSON DE SÁ nelsonsa@uol.com.br

Benghazi, Trípoli e a China

Nas manchetes on-line da Al Jazeera no fim do dia, o "levante" em Benghazi e Trípoli -e as ameaças do filho do ditador da Líbia. E também o domingo dos manifestantes na praça da revolta em Bahrein, após um recuo do désposta local na repressão.
Nas manchetes on-line de "New York Times", "Wall Street Journal" e "Financial Times", a repressão líbia. Mas nada de Bahrein. Em segundo destaque, "China reage contra protesto" convocado via "mídia social". No enunciado irônico do "FT", "Chamado atrai mais policiais e jornalistas que eventuais manifestantes".

Palestina
Fechando a semana, por Al Jazeera e pela mídia americana, a atenção se deslocou por algum tempo das revoltas árabes para a votação na ONU de uma declaração de ilegalidade dos assentamentos israelenses. Obama ensaiou não votar em favor de Israel e foi atacado por manchetes nos EUA, a começar do Drudge Report. Acabou vetando a decisão, aprovada por 14 dos 15 votos do Conselho de Segurança presidido pelo Brasil. Segundo a "Foreign Policy", foi a primeira vez que os EUA usaram o poder de veto. E o "Guardian" noticia que palestinos convocaram "dia de fúria", em reação.

Paquistão
A manchete do "Guardian" deixou de lado a série de revoltas árabes, para destacar outro foco de crise para os EUA na região, agora no Paquistão. Na manchete, "Americano preso por causa do tiroteio de Lahore era agente da CIA". Suposto "diplomata", Raymond Davis é acusado pelo assassinato de dois paquistaneses, um deles baleado duas vezes pelas costas, no que ele diz ter sido reação a um assalto, mas que o jornal publica ter ocorrido num dia em que "estava cumprindo missão como agente da CIA".
A reação popular, diz a "Newsweek", reduziu ações americanas no país.

SEM MICROSOFT
bluebus.com.br
Obama fechou a semana jantando com Facebook, Twitter e Google. Faltou a Microsoft -que não se alinhou ao Departamento de Estado nas críticas de Google e demais à China, no ano passado

Aceleração
O programa semanal "Empire", da Al Jazeera, realizou debate em Nova York sobre mídia social e as revoltas árabes, reunindo Carl Bernstein, de Watergate, a âncora do "Democracy Now!", Amy Goodman, e o "cyber cético" Evgeny Morozov, além de professores de Columbia etc. Na visão comum, as redes e a web em geral, inclusive transmissão da Al Jazeera no Ocidente, "que merecia programa à parte", foram ferramenta, não fonte da rebelião. Mas aceleraram para "seis semanas" os seis meses das revoltas no Leste Europeu, há duas décadas.

Empate
O "Los Angeles Times" deu que o site da Al Jazeera, com transmissão em "stream", viu sua audiência saltar cinco vezes nos EUA, empatando com a audiência da CNN na TV paga.

Censura
A Reuters noticiou que o sinal de satélite da Al Jazeera "foi obstruído em todo o Oriente Médio e Norte da África". O ministro de telecomunicações do Líbano disse que a obstrução "se origina do território líbio", afetando até canais libaneses que usam os mesmos "pontos de transmissão". Para a Al Jazeera, é ação de "equipamento sofisticado".

Juventude A "Time" perfilou o "terremoto da juventude árabe", tomada por "fúria, rap e revolução". O colunista Martin Wolf, do "Financial Times" , especulou "Por que a juventude do mundo está num estado mental de revolta", com pistas de economia. E o documentarista Michael Moore convocou os jovens americanos a fazer o mesmo.

TOMBINI VS. MANTEGA?
Nos enunciados no Brasil, com eco no exterior, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, saiu satisfeito da reunião do G20 -que chegou a acordo, afinal, mas "aberto a interpretações", no dizer do "WSJ".
Antes, em meio às negociações em Paris, Cristiano Romero publicou sexta no "Valor" que o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, "torna-se o nome forte da economia", com elogios de economistas como Armínio Fraga. Já teria até obtido "sua primeira vitória" junto à presidente -após divergência com a Fazenda quanto às origens da recente inflação.
Fim de sexta-feira, Guilherme Barros postou no iG que "Tombini perde pontos com Dilma". Anota que "a avaliação do Planalto é que ele vem se expondo demais na mídia, principalmente em uma semana em que Mantega está representando o Brasil no G20".

RIO BATE NOVA YORK
Deu no "New York Post", no "New York Observer" e no "WSJ", com enunciados como "Rio balança o centro da cidade" (Midtown) e "O nome deles é Rio -e eles nos passaram como mercado de escritórios mais caro do hemisfério". Para o "FT", o custo do aluguel comercial no Rio passou pela primeira vez o de Nova York, em estudo da consultoria Cushman & Wakefield, devido à "economia crescente" e ao câmbio. Mais precisamente, diz o jornal, o Rio deixou Nova York para trás -e também São Paulo- por seu protagonismo no pré-sal, na Copa de 2014 e na Olimpíada de 2016.

Leia mais, pela manhã, em www.todamidia.folha.blog.uol.com.br


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