São Paulo, segunda-feira, 21 de março de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Líder diz que país une liberdade e progresso

CLAUDIA ANTUNES
RODRIGO RÖTZSCH
DO RIO

Num discurso alinhavado pelo tema da democracia como ponto de união entre os dois países, o presidente dos EUA, Barack Obama, exaltou o Brasil como um país que mostra que é possível conciliar progresso e liberdade.
Esse exemplo, defendeu, deve ser seguido pelo mundo árabe, num momento em que os EUA tentam pôr fim à ofensiva militar do ditador líbio, Muammar Gaddafi, contra rebeldes.
"Esse é o exemplo do Brasil. Um país que mostra que uma ditadura pode virar uma pujante democracia. Um país que mostra que a democracia traz liberdade e oportunidade a seu povo."
Usando o mesmo mote, fez crítica indireta à China, hoje a segunda maior economia mundial: "Os que acreditam que a democracia atrapalha o progresso precisam explicar o exemplo do Brasil".
No ponto alto da etapa de relações públicas de sua visita, Obama discursou ao "vibrante povo brasileiro" do palco do Theatro Municipal, no centro do Rio. A plateia, receptiva, combinava acadêmicos e autoridades, com participantes de movimentos de mulheres, idosos, jovens e negros.
Estavam presentes, entre outros, a cantora Alcione, os atores Lázaro Ramos e Taís Araújo, a ex-governadora Benedita da Silva e a ministra da Igualdade Racial, Luiza de Bairros.

PARALELOS
O primeiro presidente negro dos EUA traçou paralelos históricos. Comparou o movimento pelos direitos civis nos EUA, nos anos 60, à luta contra a ditadura no Brasil.
"Uma das jovens brasileiras daquela geração acabaria mudando para sempre a história desta nação."
Essa brasileira, disse, é Dilma Rousseff, que passou por prisão e tortura. "Ela sabe o que é viver sem os mais básicos direitos humanos."
Obama também homenageou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao louvar que o Brasil seja hoje um lugar "onde uma pobre criança de Pernambuco possa se erguer do chão de uma metalúrgica e chegar ao mais alto cargo" do país.
Os elogios se estenderam ao país: "Esse não é mais o país do futuro; para o povo brasileiro, o futuro chegou".
Apesar de ter optado pelo discurso em local fechado, Obama usou toda a sua oratória para ganhar o público.
Logo no início, em português, disse "alô, cidade maravilhosa". Também falou de "cariocas, paulistas, baianas e mineiros".
A Casa Branca cometeu gafes na programação oficial, no entanto. Em inglês, chamou o Corcovado de "montanha" (e não morro) e referiu-se a "Ciudad" de Deus (como se o idioma no Brasil fosse o espanhol).

Colaborou PATRÍCIA CAMPOS MELLO,
enviada especial ao Rio



Texto Anterior: Brasil é exemplo para árabes, diz Obama no Rio
Próximo Texto: Trechos
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.