São Paulo, segunda-feira, 21 de março de 2011

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TODA MÍDIA

NELSON DE SÁ nelsonsa@uol.com.br

Guerra número 3

drudgereport.com
No Drudge, a terceira guerra dos EUA no Oriente Médio _com Obama no Brasil

Sábado de manhã e o Drudge Report proclamou na manchete a "Guerra número 3: EUA lançam mísseis na Líbia". E a CNN adotou o logo "Guerra da Líbia". No domingo, no Huffington Post, entraram em cena os "jatos dos EUA", enquanto o comandante militar insistia, nos programas de entrevista, que será ação "limitada", mas "sem data para terminar".
Nas manchetes de "New York Times" e "Wall Street Journal", "guerra" só entre aspas. O primeiro frisou o "avanço" rebelde e que a operação foi "muito bem". Já o segundo destacou a desautorização da Liga Árabe aos ataques, por matar civis -e que a Arábia Saudita fechou contrato ontem para vender petróleo à China.

A PRIMEIRA VÍTIMA
nytimes.com
wsj.com
"NYT" e "WSJ" postaram na home, sábado, a derrubada de um jato em Benghazi -sem dizer de que lado era. Depois sumiu. Jornais ingleses e France Presse noticiaram ser dos rebeldes

DE HAMLET A MACBETH
Começou com o Politico, sexta, postando que a guerra era "vitória" da secretária de Estado, Hillary Clinton. Depois a "Foreign Policy" deu "Como Obama decidiu pela guerra na moeda" e o "NYT" publicou que "Obama adotou linha dura após mudança de Clinton", contra o secretário da Defesa, Robert Gates. Por fim, a "Newsweek" trouxe ontem a análise "A grande hesitação", descrevendo Obama como "Hamlet" e "um presidente sem estratégia", pressionado por Clinton como "Lady Macbeth".
No "FT", Clive Crook escreve que Obama manteve a viagem ao Brasil para sublinhar a sua "hesitação" com a guerra na Líbia.

BRICS E O OCIDENTE
O "Financial Times" publicou no sábado e destacou na home ao longo do fim de semana que a "Abstenção dos Brics aponta para uma batalha maior na ONU", referência à votação sobre a Líbia. Em suma, "um Conselho de Segurança ampliado fortaleceria os não-intervencionistas e enfraqueceria o Ocidente, com seus três membros permanentes, EUA, França e Reino Unido". Nada de reforma "por muitos anos".

RECONHECE, MAS NÃO ENDOSSA
O "FT" manteve na home ao longo do fim de semana, com foto de Obama, que ele "reconhece [acknowledges] aspirações do Brasil na ONU". Já o "NYT" deu no meio do texto que "declinou de endossar pedido para integrar Conselho de Segurança". No fim do domingo, "NYT" e "WSJ" já enfatizavam aspectos culturais e comerciais da visita.
Antes, em meio às críticas de Fox News e outros à viagem em plena guerra, analistas defenderam em sites americanos "o novo Brasil", que já está "em uma categoria só dele" -de Julia Sweig, do Council on Foreign Relations, assinando com Matias Spektor, da Fundação Getúlio Vargas, ao conservador Roger Noriega, ex-governo Bush, passando por Mauricio Cárdenas, da Brookings.

IMPERFEITOS
brazilconfidential.com
Sob a manchete "Parceiros imperfeitos", o "Brazil Confidential", do "FT", frisou diferenças em diplomacia e comércio agrícola. E deu artigo de Evan Ellis, do Centro para Estudos de Defesa Hemisférica, um "think tank" do Pentágono, dizendo que "a relação da China com o Brasil toma nova dimensão"

SOMBRA DA CHINA
A cobertura do "WSJ" repisou em seus textos que a "Sombra da China segue Obama na viagem", título de reportagem no sábado. Também o "FT", sábado, acentuou que "Obama corre atrás na América Latina". E no editorial "Obama corteja América do Sul", avisou que a "China está substituindo rapidamente os EUA como maior parceiro". Já a "Forbes" postou que, "Na véspera da viagem de Obama, China vê "enorme" potencial no Brasil".
E na home do "China Daily", com foto de Dilma com Obama e a família, "EUA e Brasil definem laços como "parceiros globais'".


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