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PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010
Estudo vê padrão em voto para presidente desde 89
Peso de máquinas eleitorais explica alianças polêmicas de Serra e Dilma
Quando Collor chegou
ao Palácio do Planalto
com vitória sobre Lula,
votação em grotões e
periferias foi decisiva
BERNARDO MELLO FRANCO
DE SÃO PAULO
O mapa das últimas cinco
eleições presidenciais mostra que é impossível chegar
ao Planalto sem as máquinas
que controlam os votos dos
grotões e das periferias das
grandes metrópoles.
A conclusão está em estudo coordenado pelo cientista
político Cesar Romero, da
PUC-Rio. Ele constatou semelhanças geográficas na
votação de todos os vencedores, de Fernando Collor, em
1989, a Lula, em 2006.
"Cada eleição tem sua história, mas as estratégias vitoriosas são sempre parecidas.
Ganharam os que foram mais
pragmáticos", afirma.
A análise dos resultados
por microrregião brasileira
mostra que todos os eleitos
conseguiram conquistar os
grotões, dominados por oligarquias locais, e as periferias urbanas, com forte presença de líderes populistas e
pastores pentecostais.
Para Romero, a constatação obriga os candidatos Dilma Rousseff (PT) e José Serra
(PSDB) a abraçar o pragmatismo e buscar aliados malvistos pela opinião pública e
por seus próprios partidos.
"Por saber disso, os dois
têm adotado a mesma tática", analisa. "Esta será uma
disputa sem ideologia, de
máquina contra máquina."
Como exemplos, ele cita a
aproximação de Serra com o
ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) e a de Dilma com
os senadores José Sarney e
Renan Calheiros (PMDB),
além do esforço dos dois candidatos para fechar alianças
no mundo evangélico.
Os mapas eleitorais de Lula mostram a importância
dessas alianças. Após três
derrotas, ele se elegeu em
2002 ao se aliar a ex-adversários e aumentar sua votação
em grotões e periferias.
Com o peso das máquinas,
a discussão programática fica restrita ao eleitorado de
classe média das grandes cidades. É apenas lá, segundo
o estudo, que o debate ideológico terá alguma relevância na campanha.
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