São Paulo, quinta-feira, 21 de julho de 2011

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Diretores do Dnit sofrem pressão para sair do órgão

Emissários da presidente Dilma tentaram convencer Pagot e Caron a pedir demissão

Executivo quer se livrar do peso político das exonerações e evitar que demissões pareçam "atestado de culpa"

NATUZA NERY
DE BRASÍLIA

O Palácio do Planalto fez pressão nos últimos dias para que dois dos principais nomes do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) pedissem demissão de seus cargos.
Emissários de Dilma Rousseff procuraram Luiz Antonio Pagot, diretor-geral do órgão, e Hideraldo Caron, diretor de Infraestrutura Rodoviária, para convencê-los a deixar o Dnit "a pedido".
Um suposto esquema de corrupção na pasta derrubou o ex-ministro Alfredo Nascimento e outros 14 servidores da pasta dos Transportes.
Pagot é filiado ao PR, que está no centro do escândalo. Ele está em férias e, para ser exonerado ou pedir demissão, precisa suspendê-las. Caron, formalmente responsável por todos os aditivos contratuais do órgão -inclusive os suspeitos-, é do PT.
Com isso, o Executivo quer atingir dois objetivos: livrar-se do peso político de exonerar duas figuras importantes para o PT e para o PR e, ao mesmo tempo, evitar que a demissão seja percebida como atestado de culpa.
A pressão do governo segue a fórmula usada no caso de Nascimento. Ele decidiu pedir demissão do Ministério dos Transportes quando já não tinha respaldo de Dilma para continuar no posto.
Para substituí-lo, a presidente acabou escolhendo Paulo Sérgio Passos, que era secretário-executivo da pasta e um nome de sua inteira confiança. Apesar de filiado ao PR, ele assumiu a pasta sem apoio do seu partido.
Segundo a Folha apurou, todas as demissões feitas até agora saíram do gabinete presidencial. Passos já entregou a Dilma uma lista de prováveis substitutos, examinados um a um pela presidente.

SONDAGENS
Ministros e interlocutores da presidente agora fazem sondagens. A ideia é pôr na Valec e no Dnit técnicos formados em engenharia ou especializados em gestão. O Planalto quer anunciar os nomes entre hoje e segunda.
Já no PT há a preocupação de que o estilo da presidente de demitir rapidamente os suspeitos possa causar fissuras na sua base parlamentar.


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