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cotidiano em cima da hora
Escolta para juíza morta foi negada pelo TJ em 2009
Decisão, diferente do que tribunal tem afirmado, está
em processo administrativo ao qual Folha teve acesso
Ontem, um protesto
em Niterói reuniu cerca de cem pessoas contra o assassinato de Patrícia Acioli, há dez dias
ELVIRA LOBATO
ITALO NOGUEIRA
DO RIO
Processo administrativo
ao qual a Folha teve acesso
revela que o Tribunal de Justiça do Rio negou, em 2009,
escolta para a juíza Patrícia
Acioli, diferentemente do
que a instituição tem afirmado desde que a magistrada
foi assassinada, há dez dias.
A recusa aconteceu em fevereiro de 2009 e está documentada em despacho da
magistrada Sandra Kayat, no
qual ela determina o arquivamento do pedido de escolta
"por não vislumbrar a necessidade de adoção de qualquer medida extraordinária
de segurança".
Segundo o despacho, a decisão de negar a escolta foi do
então presidente do Tribunal
de Justiça e atual presidente
do TRE (Tribunal Regional
Eleitoral), Luiz Zveiter.
Depois do assassinato da
juíza, Zveiter declarou que a
escolta foi retirada em 2007,
quando ele ainda não era
presidente do TJ, e a pedido
da própria magistrada. Zveiter afirmou que não tinha havido nenhum pedido de escolta para a juíza durante sua
gestão como presidente do
TJ. Ele ocupou o cargo entre
2009 e o início deste ano.
Zveiter não foi localizado
ontem para comentar o despacho. O TJ afirmou que só se
pronunciaria amanhã.
A comprovação de que o TJ
negou a escolta foi descoberta pelo advogado da família
da juíza, Técio Lins e Silva. O
despacho consta de um processo administrativo iniciado em 2008 e que está no arquivo central do TJ.
Lins e Silva afirmou que
pedirá o desarquivamento do
processo amanhã, para saber
seu teor.
Ontem, houve mais um ato
de protesto contra o assassinato da juíza, desta vez, na
praia de Icaraí, em Niterói.
O evento reuniu cerca de
cem pessoas, entre familiares, amigos, estudantes de
direito e militantes da organização não governamental
Rio de Paz.
Um dos filhos da juíza pregou uma faixa com a palavra
democracia em uma cruz fincada na praia.
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