São Paulo, terça-feira, 21 de setembro de 2010

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Dilma ataca a Folha e nega favorecimento

Candidata acusa jornal de "parcialidade" e de omitir que suas contas foram aprovadas; informação estava no texto

Petista disse que TCE do RS aprovou contratação de empresa por tomada de preços e afirmou que reportagem é de "má-fé

Eduardo Naddar/ Agência "O Dia"
Em São Gonçalo, ao lado de Sérgio Cabral (PMDB), Dilma Rousseff dá entrevista em que criticou reportagem da Folha

FÁBIA PRATES
DO RIO

A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, acusou ontem a Folha de "parcialidade" por conta de reportagem sobre irregularidades apontadas por auditorias feitas pelo Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul, entre 1991 e 2002, em suas contas na Secretaria de Minas e Energia e na Fundação de Economia e Estatística do Estado.
Ela negou que tenha havido favorecimento na contratação da empresa Meta Instituto de Pesquisa para realizar a listagem de domicílios, como apontou uma das auditorias, e acusou o jornal de não registrar que suas contas foram aprovadas.
Diferentemente do que ela disse, esta informação consta do texto principal, do "Outro Lado" e do infográfico que ilustrou a reportagem.
"Eu queria fazer um protesto veemente contra a parcialidade do jornal "Folha de S.Paulo". Eu fui julgada pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) e todas as minhas contas foram aprovadas. Essa informação, extremamente relevante, não está na matéria", disse a candidata.
O ataque à Folha, de 3min34s, foi feito em São Gonçalo (RJ), durante evento com o governador Sérgio Cabral e candidatos aliados.

"MÁ-FÉ"
"A matéria chega ao ponto de me acusar de eu ter feito um contrato em 1994 e depois a empresa ter feito um contrato em 2009. É a única acusação de futuro que eu já vi na vida. Que história é essa? A matéria é parcial e de má fé", prosseguiu Dilma.
A Meta tem hoje um contrato com a Secretaria de Comunicação da Presidência, no valor de R$ 5 milhões.
Dilma disse que publicaria em seu blog parecer do TCE com a aprovação das contas.

CRÍTICAS A SERRA
A candidata petista reagiu à acusação do adversário José Serra (PSDB) de que é "incompetente ou "cúmplice" por dizer não saber de supostas irregularidades na Casa Civil quando era ministra.
"Nem uma coisa nem outra. Sabe por quê? Eu não acredito que alguém saiba tudo o que acontece na sua própria família e também não acredito que alguém saiba tudo o que acontece no governo dele", disse.
Ela contra-atacou: "Além do que, o presidente da Dersa, que ele [Serra] nomeou, pelo menos vocês noticiaram isso, sumiu com R$ 4 milhões da campanha dele", afirmou.
Reportagem de 18 de agosto da revista "IstoÉ" afirma que dirigentes tucanos teriam responsabilizado Paulo Vieira de Souza, ex-diretor de Engenharia da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A) por desvio de R$ 4 milhões da campanha tucana.


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