São Paulo, terça-feira, 21 de setembro de 2010

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Promotoria acusa Tiririca de violar legislação

Ministério Público diz que palhaço omitiu bens em sua declaração à Justiça Eleitoral

ROGÉRIO PAGNAN
DE SÃO PAULO

O Ministério Público de São Paulo denunciou à Justiça Eleitoral o candidato a deputado federal Francisco Everardo Oliveira Silva (PR), o Tiririca, sob a acusação de falsidade ideológica.
A denúncia do promotor Maurício Antonio Ribeiro Lopes é baseada em entrevista concedida pelo candidato à revista "Veja", em 1º de setembro, na qual confessa ter transferido para o nome de terceiros todos os seus bens. Isso porque, segundo ele, responde a "processos trabalhistas e de sua ex-mulher".
Em sua declaração à Justiça, ele alega não possuir nenhum bem. Por outro lado, estima um gasto de campanha de cerca de R$ 3,5 milhões. Até hoje, Tiririca já arrecadou cerca de R$ 600 mil.
"Assim agindo, omitiu em documento público declaração da qual deveria constar os bens e valores que possui", diz trecho da denúncia.
O promotor pede a quebra dos sigilos fiscal e bancário do candidato e cópias de processos no Ceará, movido pela ex-mulher e filho de Tiririca.
Na denúncia, o Ministério Público alega essa suposta irregularidade fere o artigo 350 do Código Eleitoral. Se confirmado, é um crime com pena de "reclusão até cinco anos e pagamento de multa".
O advogado do humorista, Ricardo Vitta Porto, disse que a denúncia é um "factóide" e que a Justiça deve rejeitá-la. Porto afirmou ainda que o candidato não escondeu nenhum patrimônio.
"Quando declarou não possuí-los é porque de fato, eles não os tem e nunca teve", disse o advogado, que afirmou ainda que colocará os sigilos à disposição.
Para ele, não é crime eleitoral o candidato deixar de declarar seus bens.
No Datafolha feito na semana passada, Tiririca aparece com 3% das intenções de voto -isso equivale a mais de 900 mil votos, o que faria dele o deputado mais votado do país.


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