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Campanha de Serra faz ofertas a evangélicos
Tucanos prometem benefícios a igrejas e entidades ligadas a elas em troca de apoio de pastores à candidatura
Contato com líderes é feito por telefone; responsável trabalha dentro do comitê do candidato do PSDB
BRENO COSTA
DE SÃO PAULO
A campanha de José Serra
(PSDB) está oferecendo benefícios a igrejas evangélicas
e a entidades a elas ligadas
em troca de apoio de pastores à candidatura tucana. O
mesmo foi feito na campanha do governador eleito de
São Paulo, Geraldo Alckmin.
O responsável pelo contato com os líderes é Alcides
Cantóia Jr., pastor da Assembleia de Deus em São Paulo.
Ele responde pela "coordenadoria de evangélicos"
da campanha, criada ainda
no primeiro turno exclusivamente para angariar apoios
entre evangélicos.
"Disparo entre 150 e 200
telefonemas por dia, mais ou
menos", diz Cantóia, que trabalha numa espécie de guichê montado no térreo do
edifício Praça da Bandeira
(antigo Joelma), quartel-general da campanha de Serra.
No local, ele também recebe
pastores para "um café".
Os telefonemas são feitos
para pastores de várias denominações em todo o Estado
de São Paulo, em busca de
pedido de voto em Serra entre os fiéis de suas respectivas igrejas.
Segundo Cantóia, entre os
argumentos para conquistar
o engajamento dos evangélicos, além do discurso relativo a valores, como a posição
contrária à descriminalização do aborto, está a promessa de apoio a parcerias entre
essas igrejas e entidades assistenciais a elas vinculadas
com prefeituras e governo,
em caso de vitória tucana.
Como exemplo, cita a possibilidade de, com os tucanos
no poder, igrejas poderem
oferecer apoio a crianças e
adolescentes, complementando o período que elas passam na escola. Assistência a
idosos também é citada.
"O objetivo é levar as
crianças para dentro da igreja", afirma o pastor. "Esse é
um dos argumentos. Seriam
igrejas em tempo integral,
complementando a atividade da escola."
Cantóia afirma, também,
tentar intermediar demandas recebidas de pastores
junto a prefeituras. Por
exemplo, pedidos para que
entidades funcionem como
creche ou que virem intermediárias do programa Viva
Leite, do governo estadual.
Alcides diz ter sido um dos
articuladores que levaram os
pastores Silas Malafaia, do
Rio de Janeiro, e José Wellington Bezerra, de São Paulo, ambos da Assembleia de
Deus, a gravarem depoimentos de apoio a Serra, exibidos
em sua propaganda na TV.
O Conselho dos Pastores
de São Paulo, que reúne representantes de diversas denominações protestantes, estima que cerca de 80 mil pastores em SP apoiem Serra.
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