São Paulo, sexta-feira, 21 de outubro de 2011

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Aliados querem que Marta desista de concorrer em SP

Avaliação do grupo é que senadora está isolada e Haddad é favorito no PT

Reunião sobre rumos da campanha, marcada para hoje, foi cancelada pela senadora, que quer tempo para definição

VERA MAGALHÃES
DE SÃO PAULO

Aliados da senadora Marta Suplicy vão fazer um apelo para que ela desista de disputar as prévias que vão escolher o candidato do PT à Prefeitura de São Paulo. O encontro entre ela e o grupo estava marcado para hoje, mas foi desmarcado por Marta no fim da tarde de ontem.
A avaliação é que Marta está isolada internamente e, ainda que derrote o ministro Fernando Haddad (Educação) nas prévias, teria o desgaste de ter contrariado o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff.
Participariam da reunião os deputados federais Candido Vaccarezza, José Mentor, Devanir Ribeiro, e João Paulo Cunha e os estaduais João Antonio e Donisete Braga -todos do grupo de Marta.
Diante de sinais de que haveria o apelo pela desistência, Marta adiou a reunião, sob a justificativa de que tinha outros compromissos.
A ex-prefeita quer ganhar tempo antes de decidir se renuncia à pré-candidatura, e espera que Dilma faça uma mesura pedindo para que ela permaneça na vice-presidência do Senado em prol da governabilidade na Casa.
"Eu acho que a Marta demorou muito para definir a estratégia. Está muito isolada. Precisamos conversar com ela", disse ontem à Folha um dos aliados da senadora, em caráter reservado.
O grupo se queixa que, além de enfrentar Lula e Dilma, Marta também perdeu respaldo na bancada de vereadores e nas correntes do PT.
"Ser candidata derrotando o Lula, o principal cabo eleitoral do partido na cidade, é um risco para ela e para o PT", avalia um dirigente.

ÚLTIMA CARTADA
A derradeira tentativa de sobrevida à pré-candidatura de Marta se deu há algumas semanas. Emissários da senadora tentaram convencer os deputados Carlos Zaratini e Jilmar Tatto a desistir de disputar as prévias e apoiá-la.
Nenhum dos dois cedeu, num sinal de perda de prestígio da ex-prefeita, a quem ambos sempre foram ligados.
No sábado, Haddad ganhou mais um apoio, o do ex-ministro e deputado cassado José Dirceu, selado em jantar no apartamento do cacique.
Apesar de ser réu no processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal, Dirceu tem grande ascendência no PT e sobre aliados de Marta, como Vaccarezza, Mentor, Devanir e João Paulo.
No jantar, Dirceu e Haddad discutiram "saídas" para evitar as prévias. A avaliação foi que, caso o ministro derrote Marta, ela não se engajará na campanha -e Haddad, desconhecido, precisará dela como puxadora de votos.
Foi depois desse jantar que o grupo de Marta fechou o diagnóstico de inviabilidade de sua pré-candidatura.



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