São Paulo, domingo, 21 de novembro de 2010

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PT costura comando da Assembleia em SP

Partido assedia aliados do PSDB no Estado para ocupar a presidência e tirar Legislativo das mãos de Alckmin

Petistas fizeram a maior bancada e teriam, pela tradição do Legislativo, o direito de ocupar a presidência da Casa

Carlos Sousa Ramos - 11.mar.2008/AAN
O deputado estadual petista Antonio Mentor, líder da sigla na Assembleia de São Paulo

FERNANDO GALLO
DE SÃO PAULO

Silenciosamente, o PT tenta costurar uma aliança com diversos partidos para tirar das mãos do governo eleito de Geraldo Alckmin (PSDB) o comando da Assembleia Legislativa de São Paulo.
Com 24 deputados eleitos, o partido fez a maior bancada da Casa pela primeira vez em sua história no Estado e teria, regimentalmente e pela tradição do Legislativo, o direito de ocupar a presidência.
Contudo, o PT não tem, por ora, os votos necessários para garantir a vaga.
Da Assembleia eleita, iriam para o lado petista apenas dois deputados do PC do B, um do PSOL e um do PDT. Os 28 votos não bastariam para garantir maioria -a Casa tem 94 parlamentares.
Por causa disso, o PT assedia legendas como PMDB, PDT e PSB, que estão aliançadas com o governo petista no plano federal, mas estiveram ao lados dos tucanos em São Paulo nos últimos anos.
Por esses apoios, os petistas negociam espaços na máquina federal e composições para as eleições de 2012.
Além disso, o PT-SP mantém conversas com partidos que estão fora da base lulista.
No plano que começa a traçar, a candidatura própria é uma possibilidade, mas a tendência mais forte hoje entre os petistas paulistas é oferecer a presidência a um atual aliado dos tucanos com bom trânsito na oposição.
Publicamente, o PT admite apenas a intenção de entrar na briga pelo posto.
"Há uma tradição da Casa e um dispositivo constitucional. A maior bancada elege o presidente. Estamos conversando com outras forças politicas, defendendo a nossa posição, que é legítima e legal", diz Antonio Mentor, líder do PT na Assembleia.
"Queremos a democratização da Casa, com acesso a informações e participação de todos os partidos nas decisões importantes que tenhamos a tomar. Não vamos fazer uma Mesa pra fazer oposição. É para garantir a autonomia do Legislativo", afirma, cutucando os tucanos.

PSDB
No ninho peessedebista, três deputados consultam a bancada e tentam o apoio de Alckmin para a candidatura: o atual presidente da Assembleia, Barros Munhoz; o relator do Orçamento, Bruno Covas; e Celino Cardoso.
Munhoz pode ser a opção segura do partido. Parlamentares da base e da oposição avaliam que ele atende bem os pleitos dos deputados.
Covas tem o apreço de Alckmin e pode ser uma aposta com vistas à eleição para a prefeitura em 2012.
Pesa contra ele uma certa fama de intransigente.
Cardoso também submeterá seu nome à apreciação.


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