São Paulo, terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

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Dilma discute com Estados novos recursos para saúde

Líder do governo na Câmara diz que CPMF pode voltar, mas com outro nome

Presidente declarou na reunião que os grandes programas do governo escaparão do corte de R$ 50 bi no Orçamento

BRENO COSTA
ENVIADO ESPECIAL A BARRA DOS COQUEIROS (SE)

A presidente Dilma Rousseff afirmou ontem, em reunião fechada com os governadores do Nordeste, que o Palácio do Planalto discute uma forma de aumentar os recursos para a saúde.
Parte dos governadores defende a recriação de contribuição exclusiva para a saúde, nos moldes da CPMF, extinta em 2007 pelo Congresso, numa das maiores derrotas do governo Lula.
O líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), disse. em São Paulo, que a CPMF pode voltar com novo nome.
"Poderá ser discutido, no âmbito da reforma tributária, por exemplo, a criação de um imposto com destinação exclusiva para a saúde", disse.
Segundo ele, a recriação é um tema "legítimo", que deve ser discutido pelo Congresso e pela sociedade.
Em sua primeira visita ao Nordeste depois de eleita, Dilma se reuniu por duas horas com os governadores em Barra dos Coqueiros, município vizinho a Aracaju. "Ela pautou conosco o debate, mas não adiantou o seu posicionamento com relação à criação de nenhum tipo de tributo", disse o governador Marcelo Déda (PT-SE).

FINANCIAMENTO
A Folha apurou que uma espécie de diagnóstico da gestão e do financiamento para a saúde está sendo realizado, mas eventuais formas de reforço nas verbas da saúde ainda dependerão da conclusão desse levantamento.
A prioridade do governo é fazer com que uma maior eficiência na gestão dos recursos já resolva parte do problema. Mas o governo não descarta uma espécie de plano B, caso esse aumento da eficiência não elimine a necessidade de mais verbas.
A presidente pediu aos governadores, segundo Déda, que auxiliem o governo nesse debate. Os recursos para a saúde eram um dos principais pontos da pauta ontem.
Entre os que apoiam a criação de um imposto estão Cid Gomes (PSB-CE), Jaques Wagner (PT-BA) e os tucanos Teotonio Vilela (AL) e Antonio Anastasia (MG).
Vilela defendeu uma nova fonte de recursos para a saúde. "Se o caminho for a CPMF, eu apoio."
Anastasia também se mostrou simpático à ideia, mas pôs como condição uma reforma tributária mais ampla.
Entre os opositores mais firmes estão Eduardo Campos (PSB-PE) e Marcelo Déda, anfitrião do encontro.
Em discurso na abertura do fórum, Dilma afirmou que os principais programas de investimento serão poupados do corte anunciado de R$ 50 bilhões no Orçamento, cujos detalhes devem ser divulgados nesta semana.
A promessa de não cortar investimentos foi feita pela presidente na primeira viagem ao Nordeste desde a posse, durante seu discurso mais longo desde que assumiu, com 47 minutos de duração.
A declaração foi uma forma de tranquilizar os governadores da região.
"A taxa de investimento garante a ampliação da oferta. Daí porque mantivemos integralmente investimentos com o PAC, Minha Casa, Minha Vida, a Copa", disse.
Buscando rechaçar semelhanças entre o que ela chamou de "consolidação fiscal" deste ano e o contingenciamento de R$ 14 bilhões em 2003, no primeiro ano do governo Lula, Dilma citou um maior controle da inflação.


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