São Paulo, terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

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NELSON DE SÁ - nelsonsa@uol.com.br

É o fim?

"Este é o fim?", perguntava seguidamente o âncora da Al Jazeera em inglês, ontem no início da noite, diante do abandono da ditadura líbia por diplomatas e até pilotos de jatos militares. Na manchete do site do "Financial Times", "Domínio de Gaddafi parece cada vez mais frágil", ele que já teria perdido o controle da segunda cidade do país, Benghazi.
No "China Daily", "Al Jazeera: força aérea líbia bombardeia manifestantes". E no "New York Times", "Aviões e milícia atiram em manifestantes".

Michael Appleton/nytimes.com
Na home do "NYT" e ao vivo na Al Jazeera, diplomatas líbios abandonam Gaddafi

// OS NOSSOS DÉSPOTAS
Sábado, "NYT" e "Wall Street Journal" ecoaram a pressão de Washington sobre a Arábia Saudita, para que levasse o rei do Bahrein a conter a repressão militar -o que ele fez, afinal.
Mas os destaques de Council on Foreign Relations e Brookings, instituições influentes na política externa americana, ainda especulam se o "Bahrein é o próximo?", não a Líbia. Também em análises seguidas na "Foreign Policy", enunciados como "Monarcas sempre pensaram estar isentos do tumulto: Não mais" e "Reforma ou dilúvio no Golfo Pérsico".
Já o "WSJ" deu editorial argumentando que os "ditadores pró-americanos têm mais escrúpulo moral". A "FP" ironizou sob o enunciado "Os nossos déspotas são bons déspotas".

// "NYT", "WP" & CIA
Um dia depois da manchete do britânico "Guardian", noticiando que o suposto diplomata americano preso no Paquistão era agente da CIA, os americanos "NYT" e "Washington Post" destacaram ontem a confirmação, no alto de suas páginas iniciais.
E os dois jornais registraram que sabiam da filiação do americano, acusado de assassinar dois paquistaneses, mas evitaram informar a pedido da "administração Obama", segundo o "NYT", ou de "funcionários da inteligência dos EUA", segundo o "WP", para evitar riscos à "segurança" do agente.
Em editorial destacado ontem na home, o mesmo "NYT" lamentou que a aproximação nuclear entre Paquistão e China "tem recebido muito pouca atenção" na cobertura.

Brett Clanton/chron.com

AMIGÁVEL
Sob os enunciados "Campo de Lula pode tornar o Brasil uma superpotência de petróleo" e "O próximo boom do petróleo no mundo", o "Houston Chronicle", do Texas, destacou em reportagem enviada de plataforma perto de Angra dos Reis que "a reserva gigante conhecida como Lula é a última fronteira amigável da indústria"

// EUA E O PRÉ-SAL
"NYT" e sites econômicos no exterior detalharam no final de semana a confirmação da visita de Obama a Dilma, mês que vem.
Mas ontem um representante da Amcham, a Câmara Americana de Comércio, maior lobby empresarial do país e do qual o presidente se aproximou após perder as eleições legislativas, falou ao iG que o "pré-sal é alvo de visita de Obama ao Brasil". Ele vem "favorecer as empresas americanas instaladas no Brasil ou que exportam para o país", inclusive a gigante GE _que já encontrou Dilma.
Ontem no "Valor" , "No pré-sal, China já tem tamanho da BG", empresa inglesa há décadas no setor.

// BRASIL E O IRÃ
No fim de semana, "WSJ", France Presse e a iraniana Fars noticiaram que o Brasil vai "manter o diálogo" com o Irã ou, mais ainda, "relações próximas", segundo o chanceler Antonio Patriota, numa entrevista à TV Brasil.
Ao fundo, o editor de economia do "Guardian" destacou na sexta-feira uma conferência de Jim O'Neill, hoje responsável por boa parte do investimento do Goldman Sachs no mundo, em que o criador dos Brics voltou a insistir que é hora de aplicar nos "Próximos 11" _como apelidou os países que, após Brasil, Rússia, Índia e China, comandariam o crescimento mundial.
O'Neill acaba de lançar uma carteira voltada a investimentos nos 11, em meio à derrubada da ditadura no Egito, o 5º. Como ressaltou o "FT" ao noticiar o lançamento, "o 11º é o Irã", sob sanção dos EUA _o que obrigou O'Neill a evitar aplicações diretas, mas sugerir aplicar em países com "exposição ao Irã", caso do Reino Unido.

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@ - Nelson de Sá


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