São Paulo, terça-feira, 22 de março de 2011

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Kassab apresenta Afif como pré-candidato à prefeitura

Vice-governador e dois secretários foram sondados pelo prefeito para a sucessão

Sobre o alto índice de reprovação apontado pelo Datafolha, Kassab listou programas da prefeitura paulistana

Luiz Carlos Murauskas/Folhapress
O prefeito Gilberto Kassab (dir.) conversa com o vice-governador Afif Domingos em evento na Assembleia Legislativa de SP

DANIELA LIMA
DE SÃO PAULO

O prefeito Gilberto Kassab apresentou ontem o vice-governador Guilherme Afif Domingos como pré-candidato à sua sucessão, em 2012.
Após apresentar o estatuto de seu novo partido, o PSD, em cerimônia na Assembleia de São Paulo, Kassab disse que sondou Afif sobre a possibilidade de ele disputar a próxima eleição municipal.
Segundo o prefeito, ele pediu que o vice-governador e outros dois aliados Francisco Luna (ex-secretário de Planejamento do Estado) e Eduardo Jorge (secretário municipal Meio Ambiente) refletissem sobre serem candidatos no ano que vem pelo PSD.
"Os três já disseram que não têm essa pré-disposição. Mas vou trabalhar para que um deles aceite a missão", disse Kassab.
Afif, que é filiado ao DEM, deixará o partido com Kassab. Ele terá papel de destaque na nova legenda e será responsável pela formulação programática. O processo de formalização da nova agremiação, segundo Kassab, terminará em até três meses.

PROTESTO
Durante a cerimônia de ontem, um grupo de estudantes interrompeu o início do discurso de Kassab com um protesto contra o aumento das passagens de ônibus.
Inicialmente, o prefeito tentou ignorar os gritos que vinham da plateia.
Depois, buscou contornar a situação com discurso tolerante: "Vamos tratá-los com dignidade. Deixá-los sair".
Já irritado, foi irônico: pediu palmas e mandou com as mãos um beijo para os manifestantes. "Estão querendo estragar a nossa festa."
Constrangido, Afif acompanhou a cena de cima do palco e, contrariando a recomendação do prefeito, não aplaudiu a saída do grupo.
Questionado sobre sua candidatura à prefeitura, Afif negou. Disse ainda que não há conflito com o governador Geraldo Alckmin. "O meu atrito não é com o PSDB, é com o DEM", afirmou.
Alckmin acompanha com contrariedade a mobilização política de Kassab. O prefeito patrocina a criação da nova legenda, com o apoio do vice-governador, com objetivo de fazer seu sucessor no próximo ano e disputar o Palácio dos Bandeirantes em 2014.
Como Alckmin não descarta tentar a reeleição, Kassab desponta como um possível adversário político.
Ainda ontem, ao fim da cerimônia, o prefeito disse que desistiu da fusão imediata do PSD com outras legendas. Ele havia feito acordo com o PSB segundo o qual, após criar sua legenda, promoveria uma fusão entre as siglas.
O prefeito desistiu da manobra para evitar questionamentos jurídicos sobre a criação de sua agremiação. Segundo ele, o PSD participará pelo menos das próximas eleições municipais.
"Definimos nas últimas semanas que o partido caminhará com suas próprias pernas nas eleições municipais do ano que vem", afirmou.

POPULARIDADE
Kassab mudou de assunto quando questionado sobre a pesquisa Datafolha publicada ontem, que mostrou que 43% dos eleitores avaliam sua administração como ruim ou péssima.
É o maior índice de reprovação de sua gestão.
Kassab disse apenas que continuaria trabalhando "até o último dia" e listou uma série de programas.
"A nossa motivação é, até o último dia da gestão, continuar fazendo um bom trabalho, atendendo às nossas metas", ressaltou.
À noite, o prefeito se reuniu com o ex-presidente Lula em jantar em homenagem ao petista oferecido pela comunidade árabe.

Colaborou BERNARDO MELLO FRANCO , de São Paulo


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