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PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010
Fisco revela nome de analista investigada por sigilo violado
Segundo Receita, servidora perdeu chefia após acessar dados de tucano
Órgão não descarta a possibilidade de a senha de Antonia Aparecida ter sido usada sem o consentimento dela
CATIA SEABRA
ANDRÉA MICHAEL
DE SÃO PAULO
A Receita Federal informou ontem oficialmente que
a analista tributária Antonia
Aparecida Rodrigues dos
Santos Neves Silva, 45, que
trabalha em uma unidade do
fisco em Mauá, no ABC paulista, é investigada sob acusação de acessar ilegalmente
as declarações de renda do
vice-presidente do PSDB,
Eduardo Jorge.
Chefe do escritório da Receita em Mauá (SP), ela foi
exonerada do cargo no dia 8
de julho, uma semana depois
de passar a ser formalmente
investigada pela Corregedoria da Receita por ter acessado sem justificativa os dados
fiscais de EJ, como o dirigente tucano é conhecido.
Como revelou a Folha no
dia 12 de junho, o IR do tucano constava de dossiê montado pelo "grupo de inteligência" que atuou na pré-campanha da petista Dilma
Rousseff à Presidência.
Por meio do sindicato ao
qual é filiada, Antonia nega
ter acessado os dados de EJ.
O presidente do PT, José
Eduardo Dutra, disse que, segundo levantamento preliminar da sigla, Antonia não é
filiada ao PT de São Paulo.
A Receita não descarta a
possibilidade de a senha de
Antonia ter sido usada por
outro funcionário sem o consentimento dela. Esta hipótese é investigada no processo
administrativo em andamento para apurar o caso.
A informação de que Antonia é o alvo principal da investigação foi confirmada
por Silvia Regina Castilho,
assistente de comunicação
da Delegacia da Receita Federal em Santo André, que
abrange cinco municípios.
Há dois meses, por conta
de reformas no prédio da delegacia de Mauá, os funcionários que lá trabalhavam foram transferidos para a agência em Santo André.
Embora tenha sido exonerada do cargo de confiança (a
chefia do escritório de
Mauá), Antonia ainda pertence ao quadro de analistas
do fisco. Segundo colegas,
ela está em férias desde o dia
12 de julho e voltaria a trabalhar na segunda-feira.
A equipe de investigação
da Receita constatou que
houve ao menos cinco acessos ao IR de EJ, mas apenas a
consulta atribuída a Antonia
Aparecida ocorreu sem "motivação", ou seja, fora de procedimentos de rotina do fisco
e sem autorização judicial.
A apuração em andamento analisa se havia ou não razão para que a servidora pesquisasse os dados de EJ.
Se o acesso foi imotivado,
o que configuraria infração
administrativa, ainda assim
será necessário investigar a
violação, ou seja, descobrir
de que forma ocorreu o vazamento das informações.
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