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PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010
Vantagem de Dilma faz Lula exigir ofensiva em SP
Presidente cobra "fatos políticos" para alavancar campanha de Mercadante
Em comício no ABC, candidata petista diz que eleição não está ganha e tenta estimular a militância da sigla
Moacyr Lopes Junior/Folhapress
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A candidata petista Dilma Rousseff e o presidente Lula, ontem, durante evento em Mauá
ANA FLOR
EVANDRO SPINELLI
DE SÃO PAULO
A pesquisa Datafolha que
mostra Dilma Rousseff (PT)
com 47% das intenções de
voto contra 30% de José Serra (PSDB) permitirá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva se dedicar à campanha
eleitoral em São Paulo -o
maior temor dos tucanos.
Já na sexta à noite, em discurso em Osasco, Lula anunciou que sua prioridade na
eleição é o Estado, governado há 16 anos pelo PSDB.
Ele cobrou da coordenação da campanha de Aloizio
Mercadante a criação de "fatos políticos" para conquistar um triunfo no maior colégio eleitoral do país.
Apesar disso, em outro comício, realizado ontem em
Mauá (SP), Dilma Rousseff
minimizou a pesquisa e tentou estimular a militância.
"Pesquisa não ganha eleição para ninguém. Ganha
uma eleição o povo votando
no dia 3 de outubro", disse.
"O que garante é a gente trabalhar de hoje até o dia 3, batalhar muito, perder muita
voz e conversar com o povo."
Em discurso, a ex-ministra
voltou a falar sobre o assunto: "Não podemos achar que
o jogo acabou. Um bom jogador tem de jogar a partida inteira", disse. No entanto, pela primeira vez Dilma citou a
perspectiva de triunfar no
primeiro turno da eleição.
Lula disse acreditar que a
ex-ministra tem menos votos
entre as mulheres por preconceito, e elogiou a candidata. "Se eu tivesse um filho,
e não tivesse a Marisa, eu dava para ela [Dilma] cuidar",
disse Lula, ao falar da confiança que tem em Dilma.
Lula pediu que, até amanhã, a campanha de Mercadante crie uma lista de temas
políticos para atacar a gestão
tucana. No discurso, o presidente citou o primeiro deles:
os pedágios. Disse que os valores cobrados nas estradas
paulistas são "um roubo".
Na noite de sexta, Lula
conversou com Mercadante,
com o prefeito de Osasco,
Emídio de Souza, coordenador da campanha ao governo
do Estado, e com o presidente do PT-SP, Edinho Silva.
VIRADA
Lula afirmou que suas participações na campanha no
Estado, por meio da TV e de
comícios, não são suficientes
para virar a disputa. Segundo ele, é preciso "fatos políticos" para atacar os tucanos.
Mais tarde, ele criticou
abertamente o discurso de se
levar a disputa de São Paulo
para o segundo turno. Ele cobrou que se defenda uma vitória no primeiro turno.
Com a vitória de Dilma no
primeiro turno aparentemente encaminhada, tucanos temem que Lula se dedique a transferir seu prestígio
para Mercadante, ameaçando a vitória até agora aparentemente fácil de Alckmin.
Além de São Paulo, Lula
pretende concentrar sua participação na reta final da
campanha em Minas Gerais,
onde o pleito, apesar da vantagem do candidato lulista,
Hélio Costa (PMDB), é considerado bastante acirrado.
Em São Paulo, segundo o
último levantamento do Datafolha, Alckmin aparece
com 54% das intenções contra 16% de Mercadante.
Uma maior participação
de Lula na campanha do petista Aloizio Mercadante ao
governo era a maior preocupação de tucanos ontem.
As campanhas não sabem
avaliar o impacto que a nova
estratégia petista pode ter na
eleição em São Paulo.
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