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Pivô de dossiê distribui boletim pró-Dilma
Acusado de propor documento contra Serra, Lanzetta abastece veículos de comunicação com material antitucano
PT nega relação com
empresa, que deixou
campanha após caso do
dossiê; Lanzetta não
respondeu a contatos
SILVIO NAVARRO
DE SÃO PAULO
Envolvido na negociação
de um dossiê contra José Serra (PSDB), o dono da Lanza
Comunicação, Luiz Lanzetta,
abastece veículos de comunicação de todo o país com
conteúdo pró-Dilma Rousseff (PT) e contra o tucano.
Pelas contas da empresa, o
material é distribuído diariamente a 556 mil e-mails e reproduzido por 250 sites.
A Lanza entrega gratuitamente o conteúdo do boletim
"Brasília Confidencial", que
é reproduzido por sites de
partidos aliados do PT, simpatizantes de Dilma, centrais
sindicais, jornais e rádios.
Também é usado pela rede
de mobilização comandada
por Marcelo Branco, responsável pela campanha de Dilma na web. Até explodir o caso do dossiê, o site oficial de
Dilma usava o conteúdo.
O "Brasília Confidencial"
funciona na sede da Lanza
em Brasília. No Registro.br, o
cartório eletrônico na internet, o domínio da marca é da
Lanza. O nome de Lanzetta,
acusado de ter proposto dossiê contra Serra -ele nega-,
não aparece no boletim.
Quem responde pela chefia é o jornalista Robson Barenho, sócio de Lanzetta em
outros negócios com o governo. Ele, que integrava a campanha petista, mas caiu na
esteira do dossiê, não quis dizer quem financia o site.
SERVIÇO
O serviço foi criado no segundo semestre de 2009,
mas ganhou força e multiplicou o alcance simultaneamente à assinatura do contrato entre a Lanza e o PT para a campanha de Dilma.
O contrato foi rompido em
junho após o surgimento das
denúncias, e a campanha de
Dilma afirma não ter mais
vínculo com a Lanza.
No "Brasília Confidencial"
também são divulgadas
ações do governo, inclusive
reprodução de banner do Ministério da Saúde para campanha de vacinação. Lanzetta presta serviços ao ministério por meio de outra empresa, a L2 Projetos e Participações (leia texto ao lado).
A Secretaria de Comunicação da Presidência nega ter
pago pelos serviços da Lanza. Também diz que não repassou recursos de publicidade ao site.
Procurados pela Folha,
Barenho se recusou a comentar e Lanzetta não respondeu
aos telefonemas.
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