São Paulo, domingo, 22 de agosto de 2010

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Pivô de dossiê distribui boletim pró-Dilma

Acusado de propor documento contra Serra, Lanzetta abastece veículos de comunicação com material antitucano

PT nega relação com empresa, que deixou campanha após caso do dossiê; Lanzetta não respondeu a contatos

SILVIO NAVARRO
DE SÃO PAULO

Envolvido na negociação de um dossiê contra José Serra (PSDB), o dono da Lanza Comunicação, Luiz Lanzetta, abastece veículos de comunicação de todo o país com conteúdo pró-Dilma Rousseff (PT) e contra o tucano.
Pelas contas da empresa, o material é distribuído diariamente a 556 mil e-mails e reproduzido por 250 sites.
A Lanza entrega gratuitamente o conteúdo do boletim "Brasília Confidencial", que é reproduzido por sites de partidos aliados do PT, simpatizantes de Dilma, centrais sindicais, jornais e rádios.
Também é usado pela rede de mobilização comandada por Marcelo Branco, responsável pela campanha de Dilma na web. Até explodir o caso do dossiê, o site oficial de Dilma usava o conteúdo.
O "Brasília Confidencial" funciona na sede da Lanza em Brasília. No Registro.br, o cartório eletrônico na internet, o domínio da marca é da Lanza. O nome de Lanzetta, acusado de ter proposto dossiê contra Serra -ele nega-, não aparece no boletim.
Quem responde pela chefia é o jornalista Robson Barenho, sócio de Lanzetta em outros negócios com o governo. Ele, que integrava a campanha petista, mas caiu na esteira do dossiê, não quis dizer quem financia o site.

SERVIÇO
O serviço foi criado no segundo semestre de 2009, mas ganhou força e multiplicou o alcance simultaneamente à assinatura do contrato entre a Lanza e o PT para a campanha de Dilma.
O contrato foi rompido em junho após o surgimento das denúncias, e a campanha de Dilma afirma não ter mais vínculo com a Lanza.
No "Brasília Confidencial" também são divulgadas ações do governo, inclusive reprodução de banner do Ministério da Saúde para campanha de vacinação. Lanzetta presta serviços ao ministério por meio de outra empresa, a L2 Projetos e Participações (leia texto ao lado).
A Secretaria de Comunicação da Presidência nega ter pago pelos serviços da Lanza. Também diz que não repassou recursos de publicidade ao site.
Procurados pela Folha, Barenho se recusou a comentar e Lanzetta não respondeu aos telefonemas.


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