São Paulo, quinta-feira, 22 de setembro de 2011

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ANÁLISE

De olho em 2014, Eduardo Campos aumenta projeção

Governador de Pernambuco nega ter interferido de forma abusiva na campanha de sua mãe ao tribunal


CAMPOS PODERÁ USAR ESSE SEU TRÂNSITO FÁCIL ENTRE AS LEGENDAS DE MAIOR RELEVÂNCIA A SEU FAVOR EM 2014


FERNANDO RODRIGUES
DE BRASÍLIA

Mesmo com o ônus de parecer usar força excessiva para levar a mãe ao TCU (Tribunal de Contas da União), o governador Eduardo Campos (PSB) aumentou sua inserção nacional depois da eleição de ontem na Câmara.
O pernambucano de 46 anos e presidente nacional do PSB (31 deputados e 3 senadores) passou o último mês conversando com governadores e líderes partidários.
Os governadores tucanos Geraldo Alckmin (SP), Antonio Anastasia (MG) e Beto Richa (PR) trabalharam a favor do projeto de Eduardo Campos. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrou no mesmo barco.
Entrevistado ontem pela Folha e pelo UOL, Eduardo Campos negou ter interferido de maneira abusiva no processo. "Você não imagina que eu não pudesse dar um telefonema" a favor de Ana Arraes, disse ele sobre campanha que fez pela mãe.
Foram inúmeros telefonemas e reuniões. Nessa operação, Campos fechou acordos de convivência com políticos de quase todos os Estados e legendas.
Ele está em seu segundo mandato de governador. Foi reeleito em 2010 no primeiro turno com 83% dos votos.
Nas alquimias em curso para 2014, ele frequenta listas para compor chapas presidenciais de governistas e de oposição. Como governa um Estado nordestino, falta ainda a Campos uma presença nacional mais constante. Algo já conquistado por exemplo pelo ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PSB).

APOSTAS
Mas as alianças que firmou para garantir a eleição de sua mãe ao TCU devem abrir algumas portas nas regiões Sul e Sudeste, bem como reduzir as desconfianças de partidos grandes como PMDB e PT.
Ontem, ele contou ter acompanhado a votação na Câmara ao lado de Lula e do vice-presidente Michel Temer. Quando recebeu o telefonema da mãe para celebrar a vitória, passou o aparelho celular a Lula para que ela também agradecesse pelo apoio recebido. No caso do PMDB, Campos firmou um acordo tácito para ajudar o partido chegar ao comando da Câmara em fevereiro de 2013, quando vence o mandato do atual presidente da Casa, o petista Marco Maia.
O peemedebista já escolhido para a missão é Henrique Eduardo Alves -que se aplicou ontem para eleger Ana. Gestos em política são relevantes. Ontem, Campos recebeu vários sinais de que seus gestos foram bem recebidos. Poderá usar esse seu trânsito fácil entre as legendas de maior relevância a seu favor em 2014.

Assista à entrevista de Eduardo Campos
folha.com/no978842



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