São Paulo, sexta-feira, 22 de outubro de 2010

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Agressão a Serra é uma farsa, diz Lula

Para presidente, "mentira" foi criada pela equipe de publicidade tucana

Petista atribuiu quebra de sigilo fiscal a "tucano tentando bicar tucano", em referência à disputa entre Aécio e candidato

GRACILIANO ROCHA
ENVIADO ESPECIAL A RIO GRANDE (RS)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acusou o candidato José Serra (PSDB) de simular ter sido agredido durante ato de campanha no Rio anteontem. Lula chamou o incidente de "mentira descarada" e "farsa".
Citando imagens das redes de TV SBT e Record, o presidente disse que Serra foi atingido por uma bola de papel e só após receber um telefonema, 20 minutos depois, "fingiu" ter sido agredido.
O vídeo que mostra o tucano sendo atingido por uma bola de papel, exibido pelo SBT, entretanto, corresponde a um momento anterior ao candidato ter sido atingido por um rolo de fita crepe, já no final da caminhada em Campo Grande, no Rio.
"A mentira que foi produzida ontem pela equipe de publicidade do candidato José Serra é uma coisa vergonhosa. Ontem deveria ser conhecido como dia da farsa, dia da mentira", disse Lula, após inaugurar obras do Polo Naval em Rio Grande (309 km de Porto Alegre).
O presidente comparou Serra ao ex-goleiro da seleção chilena de futebol Roberto Rojas, banido após fingir ter sido atingido por um foguete sinalizador em partida contra o Brasil, em 1989.
"Primeiro bateu uma bola de papel na cabeça do candidato, ele nem deu toque pra bola, olhou pro chão e continuou andando. Vinte minutos depois, esse cidadão recebe um telefonema, deve ser o diretor de produção dele que orientou que ele tinha que criar um factoide."
No Rio Grande do Sul, Dilma fez a mesma comparação com o jogador. "Hoje nós vimos uma bolinha de papel virar uma arma maligna", disse. "O mesmo expediente do Rojas, que se feriu com uma gilete para criar tumulto."
O presidente também citou o fato do candidato ter sido atendido pelo médico Jacob Kligerman, que integrou o secretariado do ex-prefeito do Rio Cesar Maia e dirigiu o Inca (Instituto Nacional do Câncer) durante a gestão de Serra no Ministério da Saúde.
Lula contou que chegou a discutir com petistas a possibilidade de telefonar para Serra para se solidarizar e condenar a agressão, mas foi demovido da ideia após ver as imagens.

QUEBRA DE SIGILOS
Ontem, Lula também atribuiu a quebra de sigilo fiscal de pessoas próximas a Serra a "tucano tentando bicar tucano", em referência à disputa interna que opôs o candidato ao ex-governador Aécio Neves (PSDB-MG) pelo posto de presidenciável do partido.
Sobre o inquérito da Polícia Federal, Lula mencionou o jornalista Amaury Ribeiro Jr., que disse ter obtido informações após saber que um grupo de inteligência de Serra seguia Aécio.


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