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Líderes evangélicos duelam por aliados
Eleitor de Dilma, Edir Macedo, da Universal, se choca com Silas Malafaia, da Assembleia de Deus, pró-Serra
Comandantes de igrejas que reúnem milhões de fiéis trocam acusações pela internet em defesa dos presidenciáveis
DO RIO
DE SÃO PAULO
A guerra eleitoral entre
partidários de Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB)
se estendeu aos templos
evangélicos. Edir Macedo, da
Igreja Universal, que apoia a
petista, e Silas Malafaia, da
Assembleia de Deus, aliado
do tucano, trocam farpas na
internet em defesa dos seus
candidatos.
O bispo Macedo atacou
primeiro, questionando o interesse do pastor da Assembleia de Deus ao apoiar Serra. No último sábado, em seu
blog, o líder da Universal pôs
em dúvida os argumentos de
Malafaia para trocar Marina
Silva (PV), a quem anunciou
apoio no início da campanha, pelo tucano.
"Para justificar que não
apoiaria a candidata Dilma,
acusou o PT de ser a favor do
aborto e apoiar o casamento
de homossexuais. Pronto, o
caminho estava aberto para,
sabe-se lá com que interesse,
apoiar o candidato Serra",
afirmou, lembrando ainda
da acusação de que Mônica
Serra, esposa do tucano, teria feito um aborto.
"O que fez o pastor Malafaia mudar de lado? Ele vai
continuar apoiando o Serra?", questionou Macedo.
No contra-ataque, Malafaia pôs anteontem em seu site o link para um vídeo em
que classifica Macedo de
"mentiroso" e diz que ele foi
"comprado pelo governo".
"Sua emissora [TV Record]
recebe milhões do governo,
você foi comprado para defender a Dilma. Sua emissora
é chapa branca", disse.
"Você tem gasto bilhões,
dízimo e ofertas do povo de
Deus, que você tem injetado
na televisão para promover
prostituição, adultério, homossexualismo, sensualidade, assassinato e roubo. Sua
TV é um lixo moral."
Malafaia já havia feito críticas à Record, mas seu grupo mantinha boas relações
com a Universal. Nas eleições, apoiou o senador reeleito Marcelo Crivella (PRB),
sobrinho de Edir Macedo.
Eleito deputado estadual,
Samuel Malafaia (PR-RJ), irmão e braço direito de Silas
na Assembleia de Deus, disse
que o episódio torna insustentável a relação. "Não vejo
como nossas igrejas caminharem juntas depois disso."
A reportagem enviou perguntas sobre o caso para a
advogada de Macedo, mas
não houve resposta até o fechamento desta edição.
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