São Paulo, sexta-feira, 22 de outubro de 2010

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Líderes evangélicos duelam por aliados

Eleitor de Dilma, Edir Macedo, da Universal, se choca com Silas Malafaia, da Assembleia de Deus, pró-Serra

Comandantes de igrejas que reúnem milhões de fiéis trocam acusações pela internet em defesa dos presidenciáveis

DO RIO
DE SÃO PAULO

A guerra eleitoral entre partidários de Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) se estendeu aos templos evangélicos. Edir Macedo, da Igreja Universal, que apoia a petista, e Silas Malafaia, da Assembleia de Deus, aliado do tucano, trocam farpas na internet em defesa dos seus candidatos.
O bispo Macedo atacou primeiro, questionando o interesse do pastor da Assembleia de Deus ao apoiar Serra. No último sábado, em seu blog, o líder da Universal pôs em dúvida os argumentos de Malafaia para trocar Marina Silva (PV), a quem anunciou apoio no início da campanha, pelo tucano.
"Para justificar que não apoiaria a candidata Dilma, acusou o PT de ser a favor do aborto e apoiar o casamento de homossexuais. Pronto, o caminho estava aberto para, sabe-se lá com que interesse, apoiar o candidato Serra", afirmou, lembrando ainda da acusação de que Mônica Serra, esposa do tucano, teria feito um aborto.
"O que fez o pastor Malafaia mudar de lado? Ele vai continuar apoiando o Serra?", questionou Macedo.
No contra-ataque, Malafaia pôs anteontem em seu site o link para um vídeo em que classifica Macedo de "mentiroso" e diz que ele foi "comprado pelo governo".
"Sua emissora [TV Record] recebe milhões do governo, você foi comprado para defender a Dilma. Sua emissora é chapa branca", disse.
"Você tem gasto bilhões, dízimo e ofertas do povo de Deus, que você tem injetado na televisão para promover prostituição, adultério, homossexualismo, sensualidade, assassinato e roubo. Sua TV é um lixo moral."
Malafaia já havia feito críticas à Record, mas seu grupo mantinha boas relações com a Universal. Nas eleições, apoiou o senador reeleito Marcelo Crivella (PRB), sobrinho de Edir Macedo.
Eleito deputado estadual, Samuel Malafaia (PR-RJ), irmão e braço direito de Silas na Assembleia de Deus, disse que o episódio torna insustentável a relação. "Não vejo como nossas igrejas caminharem juntas depois disso."
A reportagem enviou perguntas sobre o caso para a advogada de Macedo, mas não houve resposta até o fechamento desta edição.


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