São Paulo, sexta-feira, 22 de outubro de 2010

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PF convoca Erenice para dar depoimento a seis dias da eleição

Ex-ministra tenta adiar comparecimento sob alegação de que ela só deve falar quando polícia obtiver provas

Segundo a defesa, após o escândalo Erenice se mudou para São Paulo e hoje vive na ponte aérea entre a cidade e Brasília

ANDREZA MATAIS
DE BRASÍLIA

A Polícia Federal marcou para a próxima segunda o depoimento da ex-ministra Erenice Guerra no inquérito que apura tráfico de influência na Casa Civil.
A defesa de Erenice tenta adiar o depoimento dizendo que ela só deve falar quando a PF conseguir provas do seu envolvimento na denúncia.
"Quando estiver formalizada a prova ela vai se apresentar, mesmo não sendo obrigada a prestar depoimento contra seus ascendentes ou dependentes", disse o advogado Mário de Oliveira.
Dois filhos da ex-ministra, Israel e Saulo, são acusados de operar esquema de lobby na Casa Civil quando Erenice era secretária-executiva, e Dilma Rousseff, ministra.
O marido de Erenice já foi ouvido pela PF porque a empresa que representa, Unicel, é acusada de ter sido beneficiada pelo governo.
Oliveira negou que queira adiar o depoimento devido à eleição: "A implicação política já ocorreu".
Segundo ele, Erenice está "muito chateada" porque o caso envolve seus filhos e se mudou para São Paulo.
Para o advogado, ela teria condições de falar agora somente sobre três temas.
O primeiro é a reportagem da revista "Veja" sobre denúncia do empresário Fábio Baracat de que pagou para a empresa de lobby dos filhos dela ajudarem a MTA.
O segundo, a denúncia de que a Casa Civil beneficiou a Unicel, e o terceiro, a reportagem da Folha que revelou que ela recebeu na Casa Civil empresários de Campinas, que depois foram procurados pela empresa de lobby para facilitar a liberação de financiamento pelo BNDES.
Oliveira disse que a matéria da "Veja" é "peça de ficção". No caso de Campinas, a estratégia será desqualificar o consultor Rubnei Quícoli, que confirmou à PF ter se encontrado com Erenice.
O TSE multou ontem a ex-ministra em R$ 20 mil por nota divulgada no site da Presidência em que ela ataca o candidato do PSDB, José Serra, chamando-o de "aético" e "derrotado".
Como servidora, ela não poderia usar o site oficial para atacar o tucano.


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