São Paulo, sábado, 22 de outubro de 2011

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Ministro diz que fica no cargo, mas sua situação não é tranquila

DE BRASÍLIA

A presidente Dilma Rousseff determinou ao ministro do Esporte, Orlando Silva, que "toque a vida normalmente" no cargo.
Em reunião ontem no Planalto, ele assegurou que não está envolvido em nenhuma irregularidade e disse ter tomado "todas as medidas para corrigir e punir malfeitos".
Segundo a Folha apurou, ele ainda não está livre da demissão. Os próximos dias serão decisivos para determinar se ele tem condições de continuar na função e de tocar a agenda pesada da Copa-2014.
Ao longo do dia, houve intensa especulação de que sua saída ontem estava selada.
"Não lutamos inutilmente para acabar com o arbítrio e não vamos aceitar que alguém seja condenado sumariamente", disse a presidente por meio de nota após uma reunião de uma hora e meia.
Em seguida, afirmou que seu "governo não condena ninguém sem provas e parte do princípio civilizatório da presunção da inocência".
Após a conversa, Dilma relatou a interlocutores que ficou "impressionada" com a convicção de seu auxiliar. Orlando disse a ela que seu delator, João Dias Ferreira, não apresentou as provas que diz possuir porque "não houve e nem haverá provas": "Desmascarei todas as mentiras para a presidente", contou.
Ontem, diante dos rumores, a cúpula do PC do B se reuniu para reafirmar o apoio ao ministro. Mas alguns representantes da sigla chegaram a admitir chances de substituição e cogitar nomes.
Antes da reunião com Dilma, interlocutores palacianos avaliaram que o melhor seria o ministro pedir demissão. A ideia foi descartada quando o governo recebeu sinais de que Orlando não estava disposto a entregar o cargo. Para ele, uma iniciativa desse tipo seria interpretada como confissão de culpa.
Dilma não quis se precipitar antes de ouvir seu ministro e obter mais dados. Como a Folha antecipou ontem, ela determinou que a CGU faça uma auditoria em programas do ministério. (NATUZA NERY, ANDRÉIA SADI E BRENO COSTA)


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