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Aumentam as queixas do presidente contra Obama
DE BRASÍLIA
O presidente Lula se diz
decepcionado com seu colega dos EUA, Barack Obama.
É um desapontamento que
precedia a crítica norte-americana ao acordo Brasil-Turquia-Irã e que só aumentou
com as últimas ações de Washington para aprovar sanções contra Teerã na ONU.
Nas palavras de Lula, Obama diz uma coisa a ele e faz
outra, geralmente por meio
da secretária de Estado, Hillary Clinton. Segundo o brasileiro, o norte-americano cedeu ao "conservadorismo
tradicional" para ter chance
de se reeleger, em 2012.
Lula tem dito que Obama
não é mais o presidente aberto para dialogar com a América Latina que marcou presença na Cúpula das Américas em abril do ano passado.
Para o petista, Obama deveria aplicar na política externa a receita que usou para
aprovar no Congresso a reforma da saúde: remar contra a
maré, enfrentando politicamente o Partido Republicano
e parte dos democratas.
A primeira grande queixa
de Lula ocorreu quando convidou Obama a participar de
uma cúpula da União de Nações Sul-Americanas em
agosto para discutir as bases
norte-americanas na Colômbia. Obama ignorou.
Outra rusga surgiu na cúpula de Copenhague (Dinamarca) sobre o clima. Para
Lula, os EUA priorizaram sua
agenda interna e não ajudaram a impedir o fracasso.
Na quinta, Lula disse que
Obama dava um tiro no pé ao
endurecer contra o Irã. Para
ele, não foi "atitude de quem
ganhou o Nobel da Paz".
A frustração de Lula explica por que o Brasil tem demorado a reconhecer o novo governo de Honduras, país que
sofreu golpe no ano passado.
É uma forma de "esticar a
corda" e se diferenciar de
Washington, que foi mais tolerante em relação ao golpe.
Lula diz que Obama perdeu oportunidades de fazer
gestos para os presidentes
Hugo Chávez, da Venezuela,
e Raúl Castro, de Cuba.
(KA)
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