São Paulo, segunda-feira, 23 de maio de 2011 |
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Dilma não consegue elevar participação feminina em chefias Mulheres ocupam só 1/5 dos cargos de segundo escalão, participação ligeiramente abaixo do fim do governo Lula Presença feminina cai em postos mais altos; considerando todo o governo, as mulheres são 45% dos servidores GUSTAVO PATU NATUZA NERY DE BRASÍLIA Passados quatro meses de nomeações, o governo Dilma Rousseff não conseguiu atingir seu objetivo de elevar a participação feminina nos principais postos de comando e assessoria do segundo escalão federal. Segundo os primeiros dados sobre o funcionalismo na nova administração petista, as mulheres ocupam pouco mais de um quinto dos principais cargos de livre nomeação do Executivo -ou 55 de um total de 262. São secretárias-executivas, secretárias de Estado, assessoras-chefes e presidentes de institutos, funções conhecidas na burocracia brasiliense pelas siglas DAS-6 (Direção e Assessoramento Superior, nível 6) e NES (Cargos de Natureza Especial). A participação feminina atual nessa elite gerencial está ligeiramente abaixo da contabilizada no final do governo Lula, durante o qual o percentual cresceu de forma lenta e descontínua. Agora como antes, essa participação não chega à metade da verificada no funcionalismo como um todo. As mulheres são 45% dos servidores civis ativos do Executivo, proporção que se repete nos cargos de comando mais baixos (DAS 1, 2 e 3). A presença de mulheres cai, no entanto, quando se eleva a hierarquia dos postos, por motivos que podem ir das particularidades de gênero até as negociações políticas com aliados. Na transição, a presidente orientou aliados a buscar mulheres para ocupar a Esplanada. Tinha na cabeça um propósito: chegar a um terço de ministras. Acabou iniciando seu mandato com um patamar menor (24%) por falta de indicações. Somente o PT cumpriu a orientação. Nove dos 17 representantes petistas na Esplanada são mulheres. Aliás, todas as titulares do primeiro escalão vêm da cota do PT. "Ter um número superior era um desejo da presidenta, mas ela não pode impor isso aos partidos aliados", disse a ministra Iriny Lopes (Políticas para as Mulheres). Questionada se, com esse diagnóstico, os partidos poderiam ser classificados como "preconceituosos", a ministra afirmou: "Evidente. Se não fosse, não teríamos apenas 8,8% de mulheres num universo de 513 deputados". Ainda assim, a participação feminina na Esplanada sob Dilma supera a de antecessores. No fim do governo, Lula tinha apenas três ministras em sua equipe. Texto Anterior: Painel Próximo Texto: Análise: Desejos distintos podem ajudar a explicar desequilíbrio entre gêneros Índice | Comunicar Erros |
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