São Paulo, quarta-feira, 23 de junho de 2010

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Câmara do DF cassa deputada da bolsa

Por 16 votos a 3, Eurides Brito é a primeira deputada distrital envolvida com o mensalão do DEM a ser cassada

Com a decisão, Eurides ficará inelegível por 8 anos; advogado estuda recorrer à Justiça contra a deliberação da Câmara


FILIPE COUTINHO
DE BRASÍLIA

A Câmara Legislativa do DF cassou ontem a deputada distrital Eurides Brito (PMDB), filmada colocando dinheiro na bolsa, por quebra de decoro parlamentar. Ela foi a primeira deputada ligada ao esquema do mensalão do DEM a ser cassada.
Eurides aparece em vídeo entregue à Justiça pelo delator do mensalão do DEM, Durval Barbosa, recebendo pacotes de dinheiro e guardando-os na bolsa. Barbosa afirma que o dinheiro era do mensalão, e ela diz que era verba da campanha de 2006.
Graças a uma decisão judicial obtida por Eurides, os deputados não foram obrigados a votar em aberto, como manda a lei distrital. Por 16 votos a 3, eles entenderam que o vídeo prova a participação de Eurides no esquema. Quatro deputados se abstiveram, e um faltou.
Com a decisão, Eurides ficará inelegível por oito anos. A relatora do processo, deputada Érica Kokay (PT), pediu a cassação de Eurides por corrupção e formação de quadrilha.
Além de Eurides, os deputados distritais Leonardo Prudente (sem partido) e Júnior Brunelli (PSC) foram filmados recebendo dinheiro do mensalão, mas renunciaram para evitar a cassação.
Eurides não foi à sessão de ontem. Seu advogado analisa a possibilidade de recorrer da cassação na Justiça.
Com a cassação da deputada, quem assume é o deputado distrital Roberto Lucena, irmão do empresário Gilberto Lucena, suspeito de ter abastecido o mensalão do DEM. A Câmara decide amanhã se dá continuidade aos processos contra cinco deputados.


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