São Paulo, quinta-feira, 23 de junho de 2011 |
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Renda volta a subir com inflação menor e reajustes Resultado mostra que economia perde fôlego em ritmo menor do que esperado Rendimento em maio cresceu 4% em relação ao mesmo mês de 2010 e atingiu maior valor para o período desde 2002 PEDRO SOARES DO RIO Apesar do esforço do governo para frear a economia, o mercado de trabalho segue aquecido. A taxa de desemprego permanece estável e o rendimento dos trabalhadores voltou a subir com força em maio -sinal de que as famílias ainda têm dinheiro para sustentar o consumo. A renda dos trabalhadores das maiores metrópoles do país surpreendeu analistas e cresceu 4% em maio em comparação com igual mês do ano passado. O índice atingiu o maior valor (R$ 1.566,70, em média) para o mês desde 2002. Em relação a abril, quando havia registrado queda, o rendimento subiu 1,1%. O resultado acendeu um sinal amarelo de que a economia perde velocidade num ritmo menor do que o esperado pelo Banco Central. "Ganha força a avaliação de que há a necessidade de elevação da taxa de juros por mais tempo e de que o BC não deve interromper a alta na próxima reunião do Copom [órgão colegiado do BC que fixa a taxa básica de juros da economia], em julho", argumenta Fábio Romão, da consultoria LCA. Um dos motivos para o inesperado avanço da renda entre maio de 2010 e o mesmo mês de 2011, diz, é o acúmulo de dissídios coletivos de categorias profissionais no mês. Mais de um quarto das classes de trabalhadores negociam reajuste em maio. O maior poder de barganha dos empregados num cenário de mercado de trabalho aquecido e um novo acúmulo de dissídios no segundo semestre são sinais de que a inflação pode voltar a se acelerar em agosto. INFLAÇÃO Já a inflação mais baixa em maio, afirma Romão, foi responsável por fazer a renda crescer na comparação com abril. Para ele, a estabilidade do emprego e a renda em alta asseguram o crescimento do consumo e reduzem a eficácia das medidas do governo para esfriar a economia. Em maio, a taxa de desemprego ficou estável em 6,4% -menor patamar para tal mês do ano desde 2002, segundo o IBGE. Aurélio Bicalho, economista do Itaú-Unibanco, diz que "o mercado de trabalho se manteve aquecido e apertado em maio" -em parte, por conta da escassez de mão de obra em alguns setores. Em relatório, o Bradesco também diz que tal cenário "aumenta a probabilidade" de aumentos dos juros "para além de julho". O banco já enxerga, porém, "alguns sinais" de um crescimento mais "moderado" nos próximos meses, como reflexo defasado das medidas do governo. A mesma opinião é compartilhada por LCA e Itaú-Unibanco. Para o Bradesco, juros maiores e crédito contido vão segurar o crescimento da economia com mais intensidade e repercutir com defasagem no mercado de trabalho nos próximos meses. Texto Anterior: Saiba mais: Grupo é o mesmo que invadiu rede da Sony e vazou dados Próximo Texto: Copa: Sigilo de orçamentos não atrapalha a transparência, afirma Meirelles Índice | Comunicar Erros |
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