São Paulo, terça-feira, 23 de agosto de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Ministro diz que partido pagou pelos aviões que usou na eleição

Paulo Bernardo afirma que aeronaves em que voou foram fretadas pela campanha da mulher

Procurador-geral da República afirma que as acusações são "graves", mas precisa analisar os fatos sem precipitação

ANDREZA MATAIS
DE BRASÍLIA

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse ontem, em nota, que utilizou aeronaves de "várias empresas" durante a campanha eleitoral de 2010, mas não se lembra dos "prefixos e tipos, ou proprietários dos aviões".
"Em 2010, quando era ministro do Planejamento, participei nos fins de semana, feriados e férias, da campanha eleitoral do meu Estado, Paraná. Para isso utilizávamos aviões fretados pela campanha, o que incluiu aeronaves de várias empresas, que receberam pagamento pelo serviço. Não tenho, porém, condições de lembrar e especificar prefixos e tipos, ou proprietários, dos aviões", afirmou.
A mulher do ministro, a também ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil), disse ter usado em seus deslocamentos "avião fretado com contrato de aluguel firmado", mas também não citou os nomes dos donos dos aviões.
Segundo a revista "Época", parlamentares disseram ter visto o ministro utilizando um avião da empreiteira Sanches Tripoloni, que tem obras com o governo federal.
"Além de totalmente inverídicas, são de grande irresponsabilidade as ilações que tentam fazer sobre meu comportamento como ministro de Estado e o uso de aeronaves particulares. Esclareço que jamais solicitei ou me foi oferecido qualquer meio de transporte privado em troca de vantagem na administração pública", disse ele.
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou que, "como postas na imprensa", as denúncias "são graves". Gurgel disse, porém, que precisa analisar os fatos. "O Ministério Público não pode se precipitar."
A Folha questionou o ministro no fim de semana, sem sucesso.
Segundo o Código de Conduta da Alta Administração Federal, "nenhuma autoridade pode receber transporte" de fonte privada.
A Sanches Tripoloni faz várias obras públicas no Paraná e em Mato Grosso com recursos federais.
Em julho, a Folha revelou que Teresinha Nerone, amiga de Paulo Bernardo e Gleisi, trabalhou para convencer o Ministério dos Transportes a reajustar os valores do anel viário de Maringá. A obra é tocada pela empreiteira Sanches Tripoloni.


Texto Anterior: Sarney diz que não prejudica ninguém ao usar aeronave
Próximo Texto: Frase
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.