São Paulo, quinta-feira, 23 de setembro de 2010

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Ato em São Paulo defende a liberdade de imprensa

Eduardo Anizelli/Folhapress
O jurista Hélio Bicudo lê manifesto em ato no largo São Francisco, em frente à Faculdade de Direito da USP, no centro de SP

DE SÃO PAULO

Advogados, ex-ministros da Justiça, estudantes e outros manifestantes pró-democracia participaram ontem em São Paulo de um ato em defesa da liberdade de imprensa e de expressão.
O objetivo é barrar o que veem como uma "marcha para o autoritarismo" promovida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo os organizadores, a manifestação foi convocada em reação aos recentes ataques a veículos da mídia por Lula e pela candidata petista Dilma Rousseff.
O ato foi realizado no largo São Francisco, em frente à Faculdade de Direito da USP.
Hoje entidades de militância pró-governo, como centrais sindicais, UNE (União Nacional dos Estudantes) e MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), com apoio do PT, realizarão um ato no Sindicato do Jornalistas de São Paulo contra veículos da imprensa.
Ontem, foi lido um manifesto pelo advogado Hélio Bicudo, que foi um dos fundadores do PT e deixou o partido em 2005, após o escândalo do mensalão.
De acordo com o texto, "é intolerável assistir ao uso de órgãos do Estado como extensão de um partido político, máquina de violação de sigilos e de agressão a direitos individuais".
"É aviltante que o governo estimule e financie a ação de grupos que pedem abertamente restrições à liberdade de imprensa, propondo mecanismos autoritários de submissão de jornalistas e empresas de comunicação às determinações de um partido político e seus interesses", afirma o texto.
No evento, o presidente nacional do PPS, Roberto Freire, disse que o presidente Lula vem mostrando desrespeito às instituições do país.
"No momento em que você quer limitar a liberdade de expressão você está virando um aprendiz de ditador. Não vamos nos esquecer que a escalada de Chávez [presidente da Venezuela] contra a imprensa começou assim."
O jurista Miguel Reale Júnior, ex-ministro da Justiça do governo de FHC, disse que Lula tem uma postura "fascista" ao "usar o peso da Presidência da República contra a liberdade de imprensa".
O ato foi organizado por advogados ligados ao PSDB, que estimaram que o público foi de 1.500 pessoas. A PM calculou que cerca cem pessoas participaram do evento.


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