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Ato em São Paulo defende a liberdade de imprensa
Eduardo Anizelli/Folhapress
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O jurista Hélio Bicudo lê manifesto em ato no largo São Francisco, em frente à Faculdade de Direito da USP, no centro de SP
DE SÃO PAULO
Advogados, ex-ministros
da Justiça, estudantes e outros manifestantes pró-democracia participaram ontem em São Paulo de um ato
em defesa da liberdade de
imprensa e de expressão.
O objetivo é barrar o que
veem como uma "marcha para o autoritarismo" promovida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo os organizadores, a manifestação foi convocada em reação aos recentes ataques a veículos da mídia por Lula e pela candidata
petista Dilma Rousseff.
O ato foi realizado no largo
São Francisco, em frente à
Faculdade de Direito da USP.
Hoje entidades de militância pró-governo, como centrais sindicais, UNE (União
Nacional dos Estudantes) e
MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra),
com apoio do PT, realizarão
um ato no Sindicato do Jornalistas de São Paulo contra
veículos da imprensa.
Ontem, foi lido um manifesto pelo advogado Hélio Bicudo, que foi um dos fundadores do PT e deixou o partido em 2005, após o escândalo do mensalão.
De acordo com o texto, "é
intolerável assistir ao uso de
órgãos do Estado como extensão de um partido político, máquina de violação de
sigilos e de agressão a direitos individuais".
"É aviltante que o governo
estimule e financie a ação de
grupos que pedem abertamente restrições à liberdade
de imprensa, propondo mecanismos autoritários de
submissão de jornalistas e
empresas de comunicação às
determinações de um partido político e seus interesses",
afirma o texto.
No evento, o presidente
nacional do PPS, Roberto
Freire, disse que o presidente
Lula vem mostrando desrespeito às instituições do país.
"No momento em que você
quer limitar a liberdade de
expressão você está virando
um aprendiz de ditador. Não
vamos nos esquecer que a escalada de Chávez [presidente
da Venezuela] contra a imprensa começou assim."
O jurista Miguel Reale Júnior, ex-ministro da Justiça
do governo de FHC, disse que
Lula tem uma postura "fascista" ao "usar o peso da Presidência da República contra
a liberdade de imprensa".
O ato foi organizado por
advogados ligados ao PSDB,
que estimaram que o público
foi de 1.500 pessoas. A PM
calculou que cerca cem pessoas participaram do evento.
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