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Entidades criticam criação de conselho de jornalismo no CE
ANJ, Abert e Aner afirmam que a medida é inconstitucional e enfraquece a democracia
DE SÃO PAULO
Associações de jornais, revistas, rádios e TVs criticam a
criação do Conselho Estadual de Comunicação Social
no Ceará.
Aprovado por unanimidade nesta semana pela Assembleia Legislativa daquele Estado, o conselho de jornalismo será vinculado à Casa Civil do governo estadual. A
implementação do órgão fica
a cargo de Cid Gomes (PSB),
governador reeleito.
Entre as atribuições do novo conselho estão atividades
como "orientar", "fiscalizar", "monitorar" e "produzir relatórios" sobre a atividade da imprensa local "nas
suas diversas modalidades".
Para Ricardo Pedreira, diretor-executivo da ANJ (Associação Nacional de Jornais), a criação do conselho é
"um total despropósito numa democracia".
"Essa permanente tentação de alguns de controlar e
tutelar os meios de comunicação é um desserviço autoritário que atinge em cheio os
cidadãos, os grandes prejudicados com a criação dessas
instâncias para determinar
qual jornalismo é o mais ou
menos adequado".
Luís Roberto Antonik, diretor-geral da Abert (Associação Brasileira de Emissoras
de Rádio e Televisão), também condenou o conselho
cearense, que segue diretrizes estabelecidas Conferência Nacional de Comunicação, realizada ano passado.
De acordo com Antonik, o
controle da imprensa compromete o direito essencial
do cidadão de ter acesso a informação sem censura prévia
ou outras restrições. "Essas
ideias enfraquecem a cidadania e a democracia."
Roberto Muylaert, presidente da Aner (Associação
Nacional dos Editores de Revistas) e ex-ministro da Comunicação Social de FHC,
concorda com as críticas:
"Isso causa perplexidade,
ainda mais porque a criação
do conselho vai contra entendimento do Supremo Tribunal Federal e o artigo 220
da Constituição, que garantem total liberdade de expressão e de informação".
Segundo Muylaert, "estão
tentando fazer nos Estados o
que não se conseguiu fazer
no nível federal".
O projeto, de autoria da deputada Rachel Marques (PT),
tem apoio do Sindicato dos
Jornalistas do Ceará.
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