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Dilma já começa a procurar substituto para Meirelles
Em reunião com Mantega, presidente eleita decide mudar a chefia do BC
Alexandre Tombini, diretor de Normas do banco, e Fábio Barbosa, presidente da Febraban, são os mais cotados
NATUZA NERY
DE BRASÍLIA
A presidente eleita, Dilma
Rousseff, já começou a procurar um substituto para comandar o Banco Central no
lugar de Henrique Meirelles.
Segundo a Folha apurou,
a petista discutiu ontem nomes com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em
uma reunião na Granja do
Torto convocada justamente
para tratar da substituição.
Dilma baterá o martelo sobre a sucessão no BC ao lado
de Mantega, o primeiro integrante da equipe econômica
a receber o convite para permanecer no cargo.
A futura presidente resolveu trocar a chefia do banco
após considerar que a mudança não geraria abalo ao
equilíbrio macroeconômico.
Pesou também na decisão
a avaliação de que a permanência de Meirelles significaria, simbolicamente, que é o
único fiador da estabilidade
e, portanto, insubstituível.
O objetivo de Dilma é acertar o novo nome até amanhã
para cessar as especulações.
A busca é por alguém com
trânsito e respeito no mercado financeiro.
Duas opções foram consideradas ontem: Alexandre
Tombini (diretor de Normas
do BC) e Fábio Barbosa (presidente do Santander e da Febraban). A primeira alternativa, uma solução caseira, é
considerada a mais forte.
No governo, Tombini é
considerado um profissional
preparado e competente.
Barbosa, mais próximo a
Dilma, atuou a seu lado no
Conselho de Administração
da Petrobras até a renúncia
da petista para disputar as
eleições deste ano. Em 2002,
foi um dos cotados para assumir o gabinete hoje ocupado
por Henrique Meirelles, mas
recusou convite de Lula.
Meirelles terminou a semana passada ainda cotado
para ficar no cargo -uma
das possibilidades era ele assumir um mandato-tampão
até o primeiro semestre.
No entanto, a possível permanência perdeu força nos
últimos dias. Dilma não gostou de saber que Meirelles
imporia condições de autonomia para continuar. Um
dos coordenadores da transição, Antonio Palocci acionou
o presidente do BC para pedir
esclarecimentos. Meirelles
negou ter feito imposições.
Uma conversa entre Meirelles e Dilma ainda está prevista para ocorrer hoje ou
amanhã. Mas a reunião de
ontem no Torto parece ter selado de vez a substituição.
Os principais nomes da
equipe de transição não esperam sobressaltos com a
troca de Meirelles. Ponderam
que o perfil escolhido não fugirá do atual.
O mercado advoga por um
nome que seja um contraponto à política fiscal expansionista empreendida na gestão Guido Mantega, e teme
uma interferência nociva da
presidente eleita sobre os
passos do Banco Central.
Gostaria, portanto, da manutenção de Meirelles no posto.
Colaboraram VALDO CRUZ e SHEILA
D'AMORIM, de Brasília
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