São Paulo, terça-feira, 24 de agosto de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ESTÁ NA CARA

Sorrisos de Dilma e Serra são sociais

DAVID MATSUMOTO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Já estive no Brasil muitas vezes por conta do judô, em São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. Sei que é um país muito forte nesse esporte. Mas não acompanho a política brasileira. Não sei nada sobre Dilma Rousseff e José Serra, suas convicções políticas, o passado deles.
É bom também lembrar que não sou cidadão brasileiro, por isso não voto e muito menos recebo benefícios de nenhum deles. Assim, pretendo passar nessa coluna apenas minhas impressões, que são baseadas no que vi nos trechos de vídeos que recebi, com legendas em inglês, da primeira propaganda eleitoral na TV.
Em primeiro lugar, os dois sorriem muito. São sorrisos sociais, não genuínos, o que é comum em candidatos em busca de uma aparência presidenciável. Isso aparece mais nele do que nela.
Dá para ver que Dilma é uma pessoa muito intensa. E que tem algum tipo de raiva ou irritação que ela tenta controlar. Não sei se é algo pessoal ou em relação à campanha, mas fica claro para mim que ela é o tipo de pessoa que eu nunca gostaria que ficasse brava comigo.
Quando fala sobre prisão, faz uma expressão bastante assustadora. Isso aparece claramente em seus olhos e na curva dos lábios. Tenta ser simpática, neutra ou agradável, mas parece ter dificuldade. Se isso é bom ou ruim para políticos, é outra questão.
Já Serra tem personalidade muito diferente. É mais apresentável, bem-apessoado, provavelmente querem que ele seja mais charmoso, mais agradável socialmente. Usa muitas expressões faciais para enfatizar o que diz. Geralmente, pessoas assim se passam por honestas em seus signos não verbais, e isso dá uma percepção de confiabilidade. O sorriso, porém, me chamou a atenção. É muito social, nada verdadeiro. Isso me faz pensar no quanto ele realmente se importa com as coisas de que está falando.
Dilma, por ser tão intensa, não passa dúvidas sobre seus sentimentos. Acho que ela tem problemas em aparentar ser uma boa pessoa. Serra, não: o problema dele é mostrar que está emocionalmente engajado.

Em depoimento a FERNANDA EZABELLA, de Los Angeles



Texto Anterior: Foco: Para mudar guarda-roupas, Dilma terá Herchcovitch como consultor de estilo
Próximo Texto: Sorrisos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.