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ESTÁ NA CARA
Sorrisos de Dilma e Serra são sociais
DAVID MATSUMOTO
ESPECIAL PARA A FOLHA
Já estive no Brasil muitas
vezes por conta do judô, em
São Paulo, Rio de Janeiro e
Salvador. Sei que é um país
muito forte nesse esporte.
Mas não acompanho a política brasileira. Não sei nada sobre Dilma Rousseff e José Serra, suas convicções políticas,
o passado deles.
É bom também lembrar
que não sou cidadão brasileiro, por isso não voto e muito
menos recebo benefícios de
nenhum deles. Assim, pretendo passar nessa coluna
apenas minhas impressões,
que são baseadas no que vi
nos trechos de vídeos que recebi, com legendas em inglês, da primeira propaganda eleitoral na TV.
Em primeiro lugar, os dois
sorriem muito. São sorrisos
sociais, não genuínos, o que
é comum em candidatos em
busca de uma aparência presidenciável. Isso aparece
mais nele do que nela.
Dá para ver que Dilma é
uma pessoa muito intensa. E
que tem algum tipo de raiva
ou irritação que ela tenta
controlar. Não sei se é algo
pessoal ou em relação à campanha, mas fica claro para
mim que ela é o tipo de pessoa que eu nunca gostaria
que ficasse brava comigo.
Quando fala sobre prisão,
faz uma expressão bastante
assustadora. Isso aparece
claramente em seus olhos e
na curva dos lábios. Tenta ser
simpática, neutra ou agradável, mas parece ter dificuldade. Se isso é bom ou ruim para políticos, é outra questão.
Já Serra tem personalidade
muito diferente. É mais apresentável, bem-apessoado,
provavelmente querem que
ele seja mais charmoso, mais
agradável socialmente.
Usa muitas expressões faciais para enfatizar o que diz.
Geralmente, pessoas assim
se passam por honestas em
seus signos não verbais, e isso dá uma percepção de confiabilidade. O sorriso, porém,
me chamou a atenção. É muito social, nada verdadeiro. Isso me faz pensar no quanto
ele realmente se importa com
as coisas de que está falando.
Dilma, por ser tão intensa,
não passa dúvidas sobre
seus sentimentos. Acho que
ela tem problemas em aparentar ser uma boa pessoa.
Serra, não: o problema dele é
mostrar que está emocionalmente engajado.
Em depoimento a FERNANDA EZABELLA, de Los Angeles
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