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OUTRO LADO
É preciso cuidado com depoimento em delação premiada, diz advogado
DE SÃO PAULO
O advogado criminalista
da Universal Antônio Sérgio
de Moraes Pitombo diz que
não pode se manifestar sobre
a investigação da Promotoria
de Nova York porque se trata
de um caso de cooperação internacional entre Brasil e
EUA, cujas informações são
confidenciais.
Ele confirma, porém, que a
apuração existe.
Moraes Pitombo aceitou
falar genericamente sobre as
suspeitas que recaem sobre a
igreja. Segundo ele, é preciso
relativizar a palavra dos doleiros que estão colaborando
com as investigações nos
EUA e no Brasil.
"Não posso me manifestar
sobre o mérito do processo,
mas é preciso tomar muito
cuidado com a palavra de colaboradores que cometeram
crimes e estão tentando reduzir suas penas", afirma.
Segundo o advogado, há
centenas de casos de delação
premiada nos EUA em que
supostos colaboradores da
Justiça mentiam para proteger clientes ou para colocar a
polícia atrás de pistas falsas.
A suspeita de remessa ilegal é incompatível com os padrões de administração da
Universal, na visão dele. "Pelos cuidados fiscais e contábeis da igreja, a remessa [de
dólares por doleiros] seria
completamente inviável".
Ainda segundo ele, o volume de remessas citado pelos
doleiros não faz o menor sentido. "Remessas na proporção de R$ 5 milhões por mês
são inverossímeis", afirma.
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