São Paulo, quarta-feira, 24 de agosto de 2011

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Brasil reduz dívida externa de curto prazo

Queda reflete o aumento do imposto sobre captações no exterior e deixa país menos vulnerável a turbulências

Dados do BC mostram que gastos de turistas brasileiros em outros países passaram pela 1ª vez a marca de US$ 2 bi


EDUARDO CUCOLO
DE BRASÍLIA

A dívida externa brasileira de curto prazo, que pode trazer problemas para o setor privado em momentos de agravamento da situação econômica internacional, recuou nos últimos meses e voltou aos níveis verificados entre 2008 e 2009.
A mudança no perfil da dívida externa é um dos fatores que faz o governo considerar que o Brasil está hoje em uma situação de risco menor que a verificada na crise de 2008.
No caso de uma virada no câmbio, com alta do dólar, as empresas terão mais tempo para pagar suas obrigações, o que reduz o risco de calotes.
A queda se deve à elevação de imposto sobre empréstimos no exterior, anunciada em março. Segundo dados do BC, em julho, as captações de curto prazo correspondiam a 17% da dívida externa total do país. Há seis meses, eram quase 25%.
Além da melhora no perfil da dívida, as empresas não estão encontrando dificuldades em rolar seus pagamentos. Em agosto, mesmo com turbulências, os novos empréstimos superam os vencimentos em mais de 200%.
Os investimentos estrangeiros diretos em empresas também continuam crescendo, 160% até julho. Com isso, financiam com folga o resultado negativo do país nas suas transações com o exterior, que cresceu 2%.
Para a consultoria LCA, o deficit menor reflete, principalmente, a redução na diferença entre o crescimento do Brasil e do resto do mundo.

GASTO DE TURISTAS
Com a economia ainda aquecida, o Brasil tem importado serviços de outros países. Além disso, suas empresas, que lucram com a demanda forte interna, enviam rendas e lucros para matrizes no exterior.
A consultoria, e também o BC, destacam ainda a melhora nas exportações brasileiras em relação às importações -o saldo da balança comercial ajuda a reduzir o deficit externo.
O BC informou ainda que os gastos de turistas brasileiros no exterior superaram pela primeira vez a marca de US$ 2 bilhões desde 1947, ano em que o Banco Central iniciou a série histórica.
Em julho, essas despesas somaram US$ 2,2 bilhões.
A participação do cartão de crédito nessas despesas recuou, depois do aumento do IOF de 2,38% para 6,38%.


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