São Paulo, quarta-feira, 24 de agosto de 2011

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Queda de católicos atinge todas as classes

Estudo da Fundação Getulio Vargas aponta redução no ritmo de crescimento dos evangélicos pentecostais

Para economista, o forte crescimento da renda dos setores mais pobres entre 2003 e 2009 pode explicar desaceleração

ANTÔNIO GOIS
DO RIO

De 2003 a 2009, a queda na proporção de brasileiros que se dizem católicos, de 74% para 68%, ocorreu em todas as classes sociais. Ao mesmo tempo, aumentou a porcentagem dos sem religião em todos os grupos de renda.
Esses são dados de um estudo divulgado ontem pelo economista Marcelo Neri, da FGV, feito a partir da POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares), do IBGE.
Pelas contas de Neri, houve também uma diminuição no ritmo de crescimento dos evangélicos pentecostais de igrejas como Assembleia de Deus, Universal do Reino de Deus ou Congregação Cristã do Brasil. No período analisado, a proporção de pentecostais variou de 12,5% para 12,8% no total da população.
A tendência da década passada só será mais bem conhecida quando o IBGE divulgar os dados do Censo de 2010 sobre religião. Para Neri, porém, a POF indica que os pentecostais, que na década de 90 praticamente dobraram de proporção, podem estar perdendo fôlego.
Segundo o economista, uma possível explicação para esse crescimento menor é o fato de o período entre 2003 e 2009 ter sido marcado por forte crescimento na renda, sobretudo dos mais pobres.
"Em pesquisas anteriores, nós verificamos que os pentecostais cresciam principalmente em setores onde havia maior desemprego e menor renda. Como este período de 2003 a 2009 foi de crescimento a favor dos pobres, isto pode ter influenciado este crescimento menor", afirma.
Ao fazer a divisão por classes, o estudo da FGV mostra que os pentecostais estão mais concentrados nas classes C, D e E, com proporções que variam de 13% a 15%.
Nas classes A e B, de renda domiciliar maior que R$ 6.745, a proporção deste grupo religioso cai para 6%. O inverso ocorre com os espíritas kardecistas. Nas classes D e E, com renda domiciliar inferior a R$ 1.200, eles são menos de 1%. No topo da distribuição de renda (classes A e B), representam 6% do total.


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