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PT é "partido da morte" e da "mentira", afirma bispo de Guarulhos
Em entrevista, dom Luiz Gonzaga Bergonzini diz que, se Dilma ganhar, ele vai "lamentar" e "continuar campanha contra aborto"
ANDRÉA MICHAEL
DE SÃO PAULO
Em documento distribuído à imprensa, o bispo diocesano de Guarulhos, dom Luiz
Gonzaga Bergonzini, cuja
campanha contra o aborto
está no epicentro da disputa
presidencial, chama o PT de
"partido da morte" e da
"mentira".
Na coletiva que concedeu
ontem, o religioso afirmou:
"Não votem em Dilma [Rousseff]", ressalvando que sua
recomendação não sugere
automaticamente que o eleitor opte pelo adversário da
petista, o tucano José Serra.
"Existem opções: anular o
voto ou votar em branco. Mas
se você me perguntar como
vou votar, não respondo."
"Deixo a consciência de
cada um fazer sua escolha.
Só estou dizendo para não
votar na Dilma. Se ela ganhar, vou lamentar, mas vou
respeitá-la como presidente e
continuar minha campanha
contra o aborto."
O aborto se transformou
num dos principais temas da
disputa. Integrantes da campanha da petista avaliam
que Dilma não venceu a corrida no primeiro turno, entre
outros motivos, por conta da
polêmica criada em torno da
opinião dela sobre o tema.
Em 2007, em entrevista à
Folha, ela se declarou a favor da descriminalização.
Agora diz ser pessoalmente
contra a prática.
AÇÃO
Em 20 de outubro, a Diocese de Guarulhos entrou com
ação no Tribunal Superior
Eleitoral para reaver os 2 milhões de panfletos impressos
em nome da Regional Sul 1
da CNBB e que foram apreendidos pela PF no último final
de semana na gráfica Pana,
em São Paulo.
O panfleto defende o voto
no candidato contrário à descriminalização do aborto.
O PT, por meio de medida
cautelar, conseguiu autorização do TSE para que a PF
apreendesse o material.
Na ação, d. Luiz assume
ter encomendado o material
-que é assinado por três bispos- e diz que a escolha da
gráfica, que pertence Arlety
Kobayashi, irmã de Sérgio
Kobayashi, coordenador de
infraestrutura da campanha
de Serra, se deu por uma
questão de preço.
O religioso, que considerou a apreensão uma "violência contra a igreja e contra
mim", espera reaver o material a tempo de distribuí-lo na
próxima semana.
O advogado da Diocese de
Guarulhos, João Carlos Biagini, disse que irá entrar com
ação de reparação contra o
PT por informações incorretas divulgadas sobre o material apreendido na gráfica.
O mesmo, diz Biagini, deve ser feito contra a TV Record, que em reportagem, segundo o advogado, teria dito, erroneamente, que a diocese retirou o folheto do site.
Na ação apresentada ao
TSE, a diocese afirma que "a
apreensão dos documentos
(...) é uma ação discriminatória da candidata Dilma Rousseff e da Coligação Para o
Brasil Seguir Mudando, que
está perseguindo e tentando
impedir a Igreja Católica e
seus membros de expressar
suas convicções".
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