São Paulo, domingo, 24 de outubro de 2010

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PT é "partido da morte" e da "mentira", afirma bispo de Guarulhos

Em entrevista, dom Luiz Gonzaga Bergonzini diz que, se Dilma ganhar, ele vai "lamentar" e "continuar campanha contra aborto"

ANDRÉA MICHAEL
DE SÃO PAULO

Em documento distribuído à imprensa, o bispo diocesano de Guarulhos, dom Luiz Gonzaga Bergonzini, cuja campanha contra o aborto está no epicentro da disputa presidencial, chama o PT de "partido da morte" e da "mentira".
Na coletiva que concedeu ontem, o religioso afirmou: "Não votem em Dilma [Rousseff]", ressalvando que sua recomendação não sugere automaticamente que o eleitor opte pelo adversário da petista, o tucano José Serra.
"Existem opções: anular o voto ou votar em branco. Mas se você me perguntar como vou votar, não respondo."
"Deixo a consciência de cada um fazer sua escolha. Só estou dizendo para não votar na Dilma. Se ela ganhar, vou lamentar, mas vou respeitá-la como presidente e continuar minha campanha contra o aborto."
O aborto se transformou num dos principais temas da disputa. Integrantes da campanha da petista avaliam que Dilma não venceu a corrida no primeiro turno, entre outros motivos, por conta da polêmica criada em torno da opinião dela sobre o tema.
Em 2007, em entrevista à Folha, ela se declarou a favor da descriminalização. Agora diz ser pessoalmente contra a prática.

AÇÃO
Em 20 de outubro, a Diocese de Guarulhos entrou com ação no Tribunal Superior Eleitoral para reaver os 2 milhões de panfletos impressos em nome da Regional Sul 1 da CNBB e que foram apreendidos pela PF no último final de semana na gráfica Pana, em São Paulo.
O panfleto defende o voto no candidato contrário à descriminalização do aborto.
O PT, por meio de medida cautelar, conseguiu autorização do TSE para que a PF apreendesse o material.
Na ação, d. Luiz assume ter encomendado o material -que é assinado por três bispos- e diz que a escolha da gráfica, que pertence Arlety Kobayashi, irmã de Sérgio Kobayashi, coordenador de infraestrutura da campanha de Serra, se deu por uma questão de preço.
O religioso, que considerou a apreensão uma "violência contra a igreja e contra mim", espera reaver o material a tempo de distribuí-lo na próxima semana.
O advogado da Diocese de Guarulhos, João Carlos Biagini, disse que irá entrar com ação de reparação contra o PT por informações incorretas divulgadas sobre o material apreendido na gráfica.
O mesmo, diz Biagini, deve ser feito contra a TV Record, que em reportagem, segundo o advogado, teria dito, erroneamente, que a diocese retirou o folheto do site.
Na ação apresentada ao TSE, a diocese afirma que "a apreensão dos documentos (...) é uma ação discriminatória da candidata Dilma Rousseff e da Coligação Para o Brasil Seguir Mudando, que está perseguindo e tentando impedir a Igreja Católica e seus membros de expressar suas convicções".


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