São Paulo, sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

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Oposição deserta para partido de Kassab

Atalho para a adesão ao governo Dilma Rousseff, PDB atrai senadora Kátia Abreu e deputados de DEM e PPS

Se adesão de pelo menos 20 parlamentares for confirmada, bloco será quarta maior força da Câmara dos Deputados


DE SÃO PAULO
DE BRASÍLIA


A exemplo do vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, a senadora Kátia Abreu (TO) deverá deixar o DEM junto com o prefeito Gilberto Kassab.
Idealizado por Kassab como atalho para adesão ao governo Dilma, o PDB (Partido da Democracia Brasileira), partido que planeja criar, não provocará desfalque apenas no DEM. Será o destino de parlamentares insatisfeitos, especialmente da oposição interessados em migrar para a base governista.
Confirmada a promessa de Kassab de levar ao menos 20 deputados para uma frente parlamentar em sociedade com o PSB, o bloco será quarta maior força da Câmara.
Segundo articuladores do movimento, o PPS, por exemplo, corre risco de perda de quatro dos 12 deputados, sendo dois deles da bancada paulista. A criação da nova sigla poderá sangrar partidos da base de Dilma, como PR, PTB e PP.
Em São Paulo, pelo menos dois vereadores do PSDB deverão se filiar ao PDB.
A adesão de Afif à debandada provocou reunião ontem entre aliados do governador Geraldo Alckmin. No Bandeirantes, o PDB recebeu apelido depreciativo: "partido da boquinha".
Articulação impôs ainda mudanças no xadrez político do Estado. Hoje no PSB, o deputado Gabriel Chalita abriu negociação com o PTB. Outro integrante do PSB interessado em concorrer à prefeitura, o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo), Paulo Skaf, flerta com o PMDB.
Alckmin se recusou a comentar. Kassab, por sua vez, enalteceu o gesto de Afif:
"Não vislumbro um projeto político estando em um partido e o Afif em outro".

SAÍDA ANUNCIADA
A saída da senadora Kátia Abreu já era esperada pela cúpula do DEM. A desconfiança foi reforçada após o alinhamento com o governo na votação do mínimo.
Anteontem, ela se absteve, enquanto seu partido defendeu um valor maior do que os R$ 545 aprovados. O filho da senadora, o deputado federal Irajá Abreu (DEM-TO), deverá acompanhá-la.
Como antecipou ontem a Folha, o novo partido será fundido futuramente ao PSB. Mas nem todos os filiados ao PDB serão obrigados a integrar o movimento. No momento da fusão, eles poderão procurar outra legenda.
Segundo aliados do prefeito, a maioria dos oito deputados federais por São Paulo deve seguir Kassab, à exceção de Jorge Tadeu Mudalen (2º secretário da Câmara) e Alexandre Leite.
Em resposta às movimentações, o DEM já está com dois pareceres jurídicos contrários à operação.0 (CATIA SEABRA, MARIA CLARA CABRAL, E RANIER BRAGON)


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