São Paulo, sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

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BC gasta R$ 27 bi para manter reservas

Alvo de críticas, custo é divulgado pela primeira vez e equivale a pouco mais da metade do corte no Orçamento

Para banco, reservas de US$ 300 bi ajudam a blindar economia e permitem tomar crédito mais barato no exterior

JULIANA ROCHA
DE BRASÍLIA

O Banco Central divulgou que gastou R$ 26,6 bilhões com as reservas internacionais em 2010. O custo de comprar e manter essa poupança internacional é uma das principais críticas à estratégia da equipe econômica de ampliá-la desde 2004.
O custo divulgado pelo BC representa em torno de 5% do valor das reservas, mas significa um pouco mais da metade dos cortes que o governo terá que fazer no Orçamento deste ano.
Há duas semanas, as reservas atingiram a marca histórica de US$ 300 bilhões.
O gasto com a poupança estrangeira do governo foi divulgado ontem pela primeira vez pelo Banco Central. A instituição sempre evitou torná-lo público, sob a alegação de que o número vem de um cálculo complexo e poderia ser submetido a diversas metodologias.
A conta apresentada ontem, porém, era bem simples. O gasto com as reservas foi calculado pelo custo de captação do BC, de 7,7%, menos o rendimento médio de aplicar esse dinheiro no exterior, de 1,88%. Assim, o gasto é de 5,8% do valor total das reservas no ano.
O custo de captação das reservas é menor do que os juros básicos porque o BC tem outras fontes de financiamento além da Selic, com taxas menores. Um exemplo são os depósitos compulsórios que os bancos são obrigados a manter no órgão.
O diretor de administração do BC, Anthero Meirelles, defendeu que o país tenha reservas elevadas como blindagem para a economia brasileira. Ele afirmou que, sem esse colchão, tanto o governo como as empresas iriam pagar mais para tomar dinheiro emprestado no exterior.

BALANÇO DO BC
Os gastos com as reservas internacionais são parte do balanço anual divulgado ontem pelo BC.
O lucro da autoridade monetária em 2010 foi de R$ 15,7 bilhões. Esse valor é repassado ao Tesouro Nacional e é usado para pagar juros da dívida pública. No primeiro semestre, a instituição repassou R$ 10,8 bilhões do seu lucro, e, no segundo semestre, R$ 4,9 bilhões.
O resultado do BC, quando positivo, não pode ser usado pelo governo para despesas orçamentárias.


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