São Paulo, sexta-feira, 25 de março de 2011

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TODA MÍDIA

NELSON DE SÁ nelsonsa@uol.com.br

O Brasil de Lula

Destaque da capa do novo ""London Review of Books", o historiador Perry Anderson publica em dez páginas o ensaio "Lula's Brazil". Abre dizendo que, "contra o ditado inglês, nem todas as vidas políticas terminam em fracasso", mas é fato "raro":
"Hoje, há um só governante no mundo que pode reivindicar a realização, o ex-operário que em janeiro deixou de ser presidente do Brasil, com popularidade de 80%. Por qualquer critério, Luiz Inácio da Silva é o político mais bem-sucedido de seu tempo."
Atribui ao "conjunto excepcional de dons pessoais, uma mistura de calorosa sensibilidade social e frio cálculo político". Mas "nunca foi só triunfo pessoal" -citando "a extraordinária insurgência sindical que criou o primeiro -e único- partido político moderno do Brasil", uma "organização de massa".
O longo ensaio termina levantando dúvidas sobre "progresso sem conflito". Mas o historiador marxista afirma que, no Brasil, "se a melhoria passiva virasse intervenção ativa, a história teria outro fim".

UM ADIANTAMENTO E OUTRO
O Brasil votou ao lado dos EUA, ontem, contra o Irã. China e Rússia disseram "não". Já Arábia Saudita e Bahrein se abstiveram.
Na reportagem do "New York Times", porém, nada de registrar o voto do Brasil. No despacho da agência americana Associated Press, também não.
Mas a "Foreign Policy" citou no texto, junto aos outros votantes todos. E postou análise da consultoria estratégica Eurasia, dizendo que na visita ao Brasil, mesmo sem apoiar a vaga no Conselho de Segurança, "Obama fez um adiantamento estratégico" visando o Irã, a China etc.

foreignpolicy.com
DILMA PERDE No game "Democratas vs. Ditadores", que a "FP" vem postando há uma semana na home, Dilma perdeu ontem a "semifinal" para Obama, com o "não" deste à cadeira no Conselho de Segurança

OS VENCEDORES (ATÉ AQUI)
Manchete do "New York Times" às 17h, "Otan fecha acordo para assumir comando". Às 19h, recuou para "Otan perto de acordo" -dizendo que "membros proeminentes da aliança alcançam acordo tentativo para separar a liderança política da militar". Mais duas horas e "Otan concorda em assumir comando da zona de exclusão aérea".
Já na manchete do "China Daily" o dia inteiro, "Mundo questiona motivo por trás dos ataques".
E David Rothkopf postou na "FP" "Os vencedores da guerra (até aqui...)". Em primeiro lugar, "os que se abstiveram", os Brics. Em segundo, "os autoritários, sauditas, iemenitas, sírios, barenitas". Em terceiro, Irã, "a Grande Pérsia".

NA VIZINHANÇA DE SAUD
Na manchete do "Wall Street Journal", com foto do ditador, "Presidente do Iêmen perto de um acerto para renunciar". Para o lugar, "um governo de transição liderado por civis".
No "Guardian", análise comparou a "intervenção saudita" no Bahrein à invasão soviética da Hungria em 1956, prevendo "uma nova era na guerra fria entre Irã e Arábia Saudita". Também na manchete da Brookings, "Por que a crise no Bahrein é mais perigosa do que você pensa" - avisando que poderá provocar uma guerra iraniano-saudita.

ft.com
No "Financial Times", "o mercado adotou uma atitude relaxada sobre a briga" na Vale

EM CAPÍTULOS
O iG postou que, para o governo, a notícia sobre a troca na direção da Vale "partiu do próprio Roger Agnelli". E "O Globo" deu que "Agnelli buscou apoio da oposição pessoalmente" -daí a crítica de tucanos e democratas à troca.
A "Veja" informa que, com a campanha, "Agnelli irritou governo e Bradesco". E o "Valor" já dá sua saída por definida. Por fim, o iG anota que "sucessor terá de ser nome de consenso entre o governo o Bradesco, os maiores acionistas".

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