São Paulo, segunda-feira, 25 de abril de 2011 |
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10 anos de escândalos ao vivo TV Senado vive momentos marcantes ao exibir capítulos da política nacional com jeitão de folhetim VERA MAGALHÃES DE SÃO PAULO No dia 3 de maio de 2001, parte do Brasil sintonizou os aparelhos de TV num canal até então pouco conhecido. No ar, algo que tinha elementos de um folhetim -a mocinha acuada, o vilão autoritário, o investigador implacável-, mas que se tratava, na verdade, de uma inédita acareação entre dois senadores e uma servidora. Era o nascimento da TV Senado como palco de escândalos e foco de interesse do público para além da caretice que normalmente impera em emissoras públicas. Ali, a TV já contava cinco anos, quase despercebidos. A partir do episódio da violação do painel de votações, no entanto, a calma nunca mais voltaria a reinar na telinha. O episódio, em que o ex-todo-poderoso Antonio Carlos Magalhães e o então estreante no mundo dos escândalos José Roberto Arruda renunciaram para não perder os mandatos, mostrou ao país um enredo de novela. Regina Célia Borges confessou ter extraído a lista com os votos secretos da sessão que cassou Luiz Estevão (PMDB-DF) um ano antes. Coadjuvantes como Pedro Simon (RS) e Jefferson Péres (PDT) deixaram o anonimato para brilhar em depoimentos tensos, cheios de lágrimas. Depois disso, já passaram pela telinha CPIs acaloradas, como a dos Correios -na qual o depoimento em que Duda Mendonça confessou ter recebido pagamento do PT em paraíso fiscal atingiu o recorde de audiência da emissora. Monica Veloso saiu da telinha para a "Playboy", depois de acusar Renan Calheiros (PMDB-AL) de usar empreiteira para dar pensão à filha. "A imprensa ajudou a chamar a atenção para a gente", diz o diretor-adjunto da TV Senado, Aluizio Oliveira, ao comentar por que a emissora do Senado virou cult, enquanto a da Câmara ou a da Justiça não "pegaram". Com tanta nitroglicerina, não foram poucos os casos em que senadores acusaram censura. Heloisa Helena bradou várias vezes que a TV Senado cortava suas falas. Outros, viram na emissora um trunfo. O "Atentai bem!" do folclórico Mão Santa virou hit muito além das fronteiras do seu "Piiiiaaauuuuííí" graças a doses diárias de discurso ao vivo em rede nacional. Texto Anterior: Construção civil lidera contratações de mais velhos Próximo Texto: DEM ameaça romper com tucanos de SP em 2012 Índice | Comunicar Erros |
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